Terça-feira, 10 de Novembro de 2009
Um tempo sem muito tempo

Esta semana vai voar e as próximas também. Estou em vésperas de partir para Paris, ou melhor para Fontainebleau, para o INSEAD, onde vou fazer um curso de empreendedorismo social. Apetece-me muito, muito voltar à universidade. Ainda por cima a esta universidade mítica! Depois volto, fico um par de dias em Lisboa, e volto a viajar mas para o outro lado do mundo. Uma maravilha e um grande presente da vida! Sobre uma e outra viagens hei-de ir dando notícias à medida em que elas acontecerem. Por agora antecipo um tempo sem tempo, em que tenho que deixar muita coisa feita em avanço. Daí a minha aparente ausência do blog... Não desapareci, estou mais uma vez a mil. Mas é 'só' por isto que acabo de contar.

 

publicado por Laurinda Alves às 00:11
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Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009
As minhas novas rotinas com Pilates

 

Lisa, num intervalo entre as aulas de Pilates, a tratar das marcações para os próximos dias. Voltei ao Estúdio Pilates da Filipa Mayer, onde já andei há uns anos atrás. Passo a vida a inscrever-me e a desistir, mas sempre a tentar conseguir. Não tenho rotinas previsíveis e se, por um lado, isso é emocionante e faz toda a diferença na minha vida (cada dia pode ser uma surpresa no sentido literal), por outro é tramado porque me impede de cumprir horários em matéria de lazer. Os meus compromissos são tão diferentes de dia para dia que nunca sei como será a próxima semana. Daí a minha dificuldade em criar certos hábitos, e em permanecer fiel a certas rotinas, especialmente no que diz respeito ao exercício físico. Enfim, tudo isto para dizer que recomecei hoje e espero poder manter-me neste estúdio por longo tempo. Gosto muito do método e das professoras. E adoro a onda, a luz, a música, o jardim de buganvílias e a tranquilidade deste estúdio.

    

publicado por Laurinda Alves às 15:37
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Sexta-feira, 9 de Janeiro de 2009
Cenas da Rua do Elevador da Bica

 

Poucas cidades no mundo têm ruas de eléctricos e menos

ainda têm subidas e descidas íngremes, de calçada com

carris, por onde descem e sobem elevadores amarelos...

A Rua do Elevador da Bica é um acontecimento quotidiano.

 

 

Nesta rua há pessoas com quem nos cruzamos todos os

dias e o carteiro é uma delas. Este e outros carteiros andam

pela calçada com o seu carrinho de rodas cheio de cartas e

encomendas. Um dia vi este homem devolver 50 euros que

lhe tinham pago a mais. A integridade revela-se desta forma. 

 

publicado por Laurinda Alves às 11:30
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Quarta-feira, 7 de Janeiro de 2009
Improviso de Schubert e vento lá fora

 

Adoro as horas de estudo de piano e as rotinas diárias de

uma casa vivida onde cada coisa tem o seu lugar, cada um

tem o seu espaço e as coisas acontecem com naturalidade.

Às vezes fico calada de frente para as minhas janelas a ouvir

os sons cá dentro e os barulhos lá fora. Ou a acompanhar o

voo das gaivotas e o movimento das pessoas ao fundo, nas

ruas de degraus de pedra. Gosto da vida das cidades e de ver como

as coisas acontecem. Fascinam-me os detalhes e prendem-me os

gestos. Ouço frases que foram ditas e ficam a fazer eco como se as

ouvisse de novo. Gosto deste secreto poder da memória, quando traz

de volta alguém ou alguma coisa que apetece reviver. Nos dias mais

difíceis, como estes que agora estamos a atravessar, fico mais calada 

e contemplativa. Pergunto-me os 'porquês' e 'para quês' das coisas. Não

encontro respostas evidentes mas apenas pistas, chaves de leitura que

permitem acreditar que um dia tudo ficará muito mais claro. Alguém me

ensinou a viver 'ao terceiro dia' (como nas Escrituras), dando tempo ao

tempo, esperando que certas coisas voltem a fazer sentido, acreditando

que o melhor está sempre para acontecer. Acredito nisso. E por isso não

desanimo. E volto às minhas janelas onde há sempre alguma coisa que

me reconcilia com a vida. Desta vez foi o vestido pendurado pela Mena na

corda da roupa. Dou-me conta de que é aquele vestido especial, e fico ali

a vê-lo dançar ao vento lá fora, quase ao mesmo ritmo de um Improviso de

Schubert cá dentro. Não resisto a filmar esta cena meio-felliniana. Aqui fica. 

 

 

publicado por Laurinda Alves às 01:40
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Sexta-feira, 31 de Outubro de 2008
Proibido o barulho desnecessário!

 

Não faço a menor ideia da eficácia desta proibição numa cidade como Nova Iorque, nem consigo imaginar o que se pode considerar barulho desnecessário no meio de tantos ruídos e tanto movimento, mas percebo a ideia.

 

Apesar da ironia da coisa (do absurdo, talvez) concordo com uma proibição aos barulhos excessivos. Devia existir qualquer coisa parecida no nosso país que impedisse que fossemos assaltados por brocas e martelos às 8h da manhã todos os dias, excepto aos domingos.

 

Nunca percebi porque é que os homens das obras começam sempre o dia por fazer aquilo que é mais ruidoso. Parece de propósito pois à medida que a manhã avança e o dia corre, os martelos, as picaretas e brocas vão ficando mais silenciosos.

 

Vivo com obras no prédio, obras em condomínios nas traseiras e obras na rua em frente e reparo sistematicamente nesta coisa dos barulhos desnecessários. Dou comigo irritada pela perfuradora e brocas que inauguram o dia em todo o seu esplendor acordando a vizinhança inteira (parece que as obras são dentro do quarto, debaixo da almofada!) e depois ficam pousadas na pedra do chão durante mais de metade do dia.

 

Não compreendo a lógica da coisa mas agora, olhando para esta fotografia do João Francisco Moura, consola-me saber que algures no mundo alguém se preocupa e proibe o barulho desnecessário. Nice.  

 

publicado por Laurinda Alves às 08:53
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Quarta-feira, 15 de Outubro de 2008
O amor nos tempos que correm. Ou once upon a time...

(imagem de João Francisco Moura, in Flickr)

 

Adoro esta fotografia. Faz-me lembrar uma imagem que vi num banco de jardim, perto de Biarritz, onde estavam dois namorados encostados, cabeça no ombro a ler.

 

Liam os dois o mesmo livro e na altura passei de carro com amigos e comentámos a imagem por nos parecer a representação do amor. Giras, as imagens que gravamos...

 

publicado por Laurinda Alves às 21:42
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Quarta-feira, 8 de Outubro de 2008
Quando um minuto parece uma eternidade...

 

 

 

Semáforos encarnados e filas de trânsito em todas as ruas são o filme

diário de quem habita e trabalha nas grandes cidades. Lisboa começa

a ser um caos mesmo fora das horas de ponta. Atravessar a cidade de

um lado ao outro pode demorar horas e ser uma fonte de nervos. Para 

vencer este semáforo foram precisos longos minutos. Ficou verde três

vezes antes de eu conseguir passar. Gravei um vídeo que dura apenas

um minuto mas parece uma eternidade. Valeu-me a música e a calma

aparente dos que estavam à minha volta. Ninguém buzinou, que alívio! 

Aqui fica o filme de um longo, interminável exercício de paciência geral.

 

publicado por Laurinda Alves às 14:46
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Terça-feira, 7 de Outubro de 2008
A tristeza faz-nos gastar mais dinheiro!

 

Más notícias! Os investigadores modernos, da contemporaneidade,

confirmam uma evidência científica que todos já sabemos há muito:

quando estamos tristes ou mais deprimidos gastamos muito mais

dinheiro. Estar down nos tempos que correm é sempre sinónimo de

uma inclinação para gastos supérfluos ou excessivos. É preciso ter

atenção a esta tentação, portanto. Os cientistas citados pelas revistas

Psychological Science e Psychologies dizem que mais do que gastar

dinheiro, ficamos sem critério. Ou seja, podemos pagar quatro vezes

o preço que pagaríamos pela mesma peça ou coisa em circunstâncias 

ditas normais. É dramática esta nossa vulnerabilidade. E é assustadora.

publicado por Laurinda Alves às 21:56
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Segunda-feira, 18 de Junho de 2007
Provas de Aflição
 
Alguém contou há pouco tempo que uma criança com irmãos mais velhos, em tempo de exames e provas de aferição, perguntou:
- Mãe, o que é uma prova de aflição?
Esta mesma criança, que chama tio Alumínio a um senhor chamado Hermínio, que acha que o banho de imersão é um banho de emoção e a Ponte sobre o Tejo é a ponte de São Protejo, pôs o dedo na ferida sem saber.
De facto, os seus irmãos e tantos como eles atravessam tempos extraordinariamente difíceis antes e durante os testes e provas de aferição.
O stress que os exames provocam nas crianças e adolescentes merece especial atenção dos pais e educadores porque pode revelar-se perverso e impedi-los de obter resultados positivos, justos e adequados aos seus conhecimentos.
Os especialistas em comportamento e motivação dizem que é essencial estar atento às dificuldades, exigências e ritmos de cada um para poder ajudar a distinguir o bom do mau stress.
“O bom stress é aquele que incita ao trabalho, estimula a concentração e favorece a disciplina, numa lógica de aquisição de conhecimentos e, simultaneamente, de conquista de uma auto-confiança que permita obter bons resultados. O mau stress, pelo contrário, paralisa, cria sentimentos de inferioridade e induz uma certa frustração. Potencia os chamados pensamentos parasitas (medos e inseguranças crónicas) e provoca perturbações de sono”.
Posta assim, a coisa parece razoavelmente evidente mas na realidade nem sempre é fácil distinguir os dois tipos de stress. Até porque um vem muitas vezes acompanhado do outro e é nesta alternância de estados de alma e de aflição que muitos jovens afundam e se perdem nesta altura do ano. Vale a pena estar atento, portanto.
 
publicado por Laurinda Alves às 22:07
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Sexta-feira, 18 de Maio de 2007
i-Caught
 
A notícia saiu neste mesmo P2 de terça-feira passada: a cadeia televisiva ABC começou a angariar conteúdos para alimentar uma hora de programação diária durante seis semanas consecutivas, a apresentar em horário nobre. A experiência i-Caught arranca já em Agosto e pretende transformar os cidadãos em jornalistas-reporteres.
A ideia de chamar os cidadãos a participar activamente nos conteúdos televisivos é entusiasmante e criativa, especialmente porque vivemos numa era em que os recursos abundam e as oportunidades de os usar se multiplicam à velocidade da luz.
Este projecto lembra-me duas conversas particularmente fascinantes que tive com o Diogo Vasconcelos sobre o universo da net e as suas infinitas possibilidades. Diogo Vasconcelos é, como todos sabemos, um grande especialista na matéria e um homem muito à frente no tempo, com uma visão muito ampla e precisa sobre a modernidade e a inovação tecnológica. A ideia de levar as pessoas a fazer e a publicar diariamente os seus comentários e críticas ou a fabricar conteúdos jornalísticos, fotográficos ou cinematográficos não é nova mas continua a ser inovadora. Começou na Internet, com os blogues e o YouTube e agora vai ser definitivamente importada para a televisão.
A CNN foi a primeira estação de televisão norte-americana a entrar no jogo dos chamados ‘vídeos virais’, que circulam diariamente na net, quando foi buscar imagens da guerra no Líbano ao YouTube para o programa i-Report.
Outras estações de televisão dentro e fora dos Estados Unidos usaram de forma mais ou menos avulsa imagens colhidas por cidadãos comuns em situações de guerra, de catástrofe ou de crise. Falo, por exemplo, das imagens do atentado terrorista no Metro de Londres em 2005, feitas a partir de telemóveis de sobreviventes, ou das imagens arrepiantes que correram o mundo e mostravam os passos dados por Cho Seung-Hui em pleno ataque e tiroteio na Universidade Virgínia Tech.
Em Espanha já existe o YoPeriodista, jornal integralmente escrito e fotografado por cidadãos comuns e os exemplos desta forma de contributo social multiplicam-se na vida real e virtual.
É bom saber que todos podemos participar activamente na produção diária de notícias mas também é bom perceber que esta conquista nos leva tanto mais longe, quanto melhores forem os critérios de quem fabrica e de quem edita os conteúdos. Ou não?!    
publicado por Laurinda Alves às 22:08
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