Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2011
Tolentino, Conselheiro Cultural no Vaticano

 

 

Tolentino de Mendonça, padre e poeta (entre muitas outras actividades em que deixa a sua marca, como os Estudos Bíblicos e as traduções dos padres do Deserto, para dar apenas dois exemplos) foi nomeado pelo Papa como consultor do Conselho Pontifício da Cultura. Deixo-lhe aqui os meus sinceros parabéns e um abraço intercontinental, uma vez que hoje em dia se divide entre Lisboa, NY e Roma. O nome do pe Tolentino de Mendonça, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura e professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Lisboa, foi apresentado pelo presidente do Conselho Pontifício da Cultura, o cardeal Gianfranco Ravasi. Grande pinta, esta nomeação. Mais que merecida, aliás, pois o pe Tolentino tem sido um grande construtor de pontes. Um verdadeiro pontífice.

 

 

Importei esta fotografia deste blog e já agora deixo aqui um copy paste das notícias sobre esta nomeação: Tolentino de Mendonça é um dos dez conselheiros de uma lista que inclui outros três padres professores universitários do Benim, Itália e Espanha, adianta a Rádio Vaticano. Seis leigos foram nomeados: o arquitecto espanhol, Santiago Calatrava; um professor de Filosofia, da Catalunha; um italiano especialista de Ciências Espaciais; Joachim Singer, cientista alemão, director do Instituto Max Planck; um professor de Física nos Estados Unidos; e ainda uma crítica de arte, responsável da Colecção de Arte Contemporânea dos Museus do Vaticano; e uma belga, directora de um Instituto para o Diálogo e Dinâmicas Interculturais, de Bruxelas.

O Santo Padre nomeou também oito membros do mesmo Conselho Pontifício da Cultura: os cardeais arcebispos de Kinshasa e de Washington; o presidente do Conselho para a Nova Evangelização, Salvatore Fisichella; outros dois bispos, o maestro, músico e compositor, natural da Estónia, Arvo Pärt, e o filósofo francês Luc Marion, professor da Sorbonne. Esta é a segunda nomeação de um português para aquele dicastério, recentemente. Em Novembro, o bispo auxiliar de Lisboa, Carlos Azevedo assumiu funções de delegado Conselho Pontifício da Cultura, na área dos bens culturais da Igreja.

publicado por Laurinda Alves às 00:28
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Domingo, 18 de Setembro de 2011
A despedida de Tolentino Mendonça, de partida para NY

 

Nunca na vida levei o telemóvel ligado para dentro de uma igreja, mas hoje liguei-o no fim da missa de despedida do pe Tolentino Mendonça, que está em vésperas de partir para NY, por ser um momento muito especial para todos nós os que o acompanhamos. Tolentino vai passar um ano inteiro em NY a aprofundar os seus estudos bíblicos, mas também a escrever o libretto de uma ópera, a convite da maestrina Joana Carneiro. Sei muito pouco sobre isto, mas o que sei e que a Mafalda Folque sublinhou num texto que escreveu e pediu para outro ler (não fosse ficar com a voz demasiado embargada) é que o pe Tolentino vai fazer muita falta porque tem uma maneira única de nos ensinar a "não ter medo de entrar sempre mais fundo no nosso coração, para dar sentido às nossas acções e sentimentos". Há tanta coisa que apetece escrever e dizer sobre o pe Tolentino que um blog inteiro não chegaria para conter as palavras e, por isso, talvez o mais sensato seja resumir tudo desta maneira: obrigada, querido pe Tolentino. Faça boa viagem e aproveite aquela cidade. Cá o esperamos!  

 

 

Atrás de Tolentino Mendonça está uma pintura de Lurdes Castro, uma de quatro artistas que responderam ao desafio deste padre e criaram obras de arte para o espaço do altar da Capela do Rato.

publicado por Laurinda Alves às 15:07
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Quarta-feira, 16 de Março de 2011
Frases mais ou menos avulsas que dão que pensar

 

O Tesouro Escondido, o novo livro de Tolentino de Mendonça, está em primeiro lugar no top de vendas de algumas livrarias de referência. Grande pinta. Tenho-o à cabeceira e confesso que demoro a ler cada página, pois cada parágrafo é em si mesmo um tesouro. Deixo aqui algumas frases, mais ou menos avulsas, que dão que pensar. Gosto do silêncio e quem me conhece ou acompanha sabe que o cultivo em Exercícios Espirituais e não só. Talvez por isso tenha escolhido estes fragmentos:

 

Uma árvore é uma semente que cresce devagar e em silêncio.

 

Ama o silêncio acima de todas as coisas; ele concede-te um fruto que à língua é impossível descrever... Dentro do nosso silêncio nasce alguma coisa que nos atrai ao silêncio.

 

Os nossos sentidos espirituais abrem-se e maturam melhor no silêncio.

 

publicado por Laurinda Alves às 00:57
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Quarta-feira, 16 de Fevereiro de 2011
O Tesouro Escondido, novo livro de José Tolentino Mendonça

 

Fui ao lançamento do novo livro de Tolentino Mendonça, que esta tarde foi apresentado como "poeta, sacerdote e professor", por esta ordem. Trata-se de mais um livro original, simples e profundo em que Tolentino fala do tesouro que existe em cada um de nós e da arte da procura interior, em busca desse mesmo tesouro. Monge guerreiro, foi como chamou a Tolentino um dos 'prefaciadores' orais desta tarde. Disse que este livro revela os fundamentos da "ideologia tolentina", no sentido de fazer pontes entre cépticos ou duvidosos e crentes. Comecei a lê-lo ainda na FNAC, enquanto esperava a minha vez na fila dos autógrafos. Aconselho-o a todos os que gostam de desafios intelectuais, estímulos existenciais e rigores éticos.

 

publicado por Laurinda Alves às 22:35
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Sexta-feira, 4 de Fevereiro de 2011
NÃO TE ESQUEÇAS DE MIM

 

NÃO TE ESQUEÇAS DE MIM é o título da nova exposição de pintura que Diogo Guerra Pinto inaugurou ontem na galeria Alecrim 50, no Chiado.

 

 

Os quadros do Diogo Guerra Pinto ocupam todo o espaço da galeria e parte dos bastidores, por assim dizer. Gosto destes improvisos e desta informalidade numa galeria de arte, que abre as portas da frente e de trás para expor a obra dos seus artistas.

 

 

Pedi ao Diogo Guerra Pinto que me deixasse fotografá-lo ao lado do quadro de que mais gostei, mas que infelizmente não se vê bem nesta minha fotografia. A escala do isqueiro pintado ao centro não tem o mesmo impacto aqui que tem ali. Mas é um quadro vibrante e muito bonito. Tenho pena que não esteja bem fotografado.

 

 

José Tolentino Mendonça escreveu um texto muito belo para esta exposição e embora seja difícil citar apenas uma ou outra passagem, pois neste caso corremos o risco de perder a noção da distância entre a realidade e a ficção, arrisco a deixar aqui os primeiros parágrafos:

 

"O talento, ou o que lhe queiram chamar, reside no dom de ver aquilo que todos já viram, mas vê-lo de maneira mais clara e dos seus vários ângulos". Olhem para nós, por exemplo. Diogo Guerra Pinto é um pintor americano meu amigo e eu também não sou quem sou, pois chamo-me Raymond Carver. Vocês estão a ler este texto e a olhar para uma rua cheia de neve, descontraídos, mas vigilantes, e também não são quem são; nem a galeria que apresenta as pinturas fica no número cívico onde acabaram de entrar; nem é a mesma cidade para onde, daqui a nada, irão sair. Quem somos? Quem nos tornámos?"

 

 

publicado por Laurinda Alves às 08:43
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Sexta-feira, 7 de Janeiro de 2011
Serão com Tolentino de Mendonça

 

Graças ao sentido estético do pe José Manuel Pereira de Almeida, os serões de conversa em Sta Isabel nunca são em auditórios nem salas frias ou desabrigadas, muito pelo contrário. Tudo se passa num ambiente aconchegado, com mesas à volta da mesa principal e luzes indirectas. Esta noite o pe Tolentino de Mendonça teve casa cheia.

 

 

Tolentino começou por citar Christophe Theobald, quando este disse que "o cristianismo precisa urgentemente de recuperar a categoria de estilo" e explicou que o estilo cristão não é nem pode ser um "parque jurássico doutrinal", desfasado da realidade e da experiência de cada um. O estilo místico tem que ser o amor, a relação, o encontro, a conversa e a abertura ao outro. "A fé não é uma caixa bem arrumada, um livro bem escrito, uma camisa que se compra feita ou um património cultural que faço meu. A fé é acreditar, é uma descoberta permanente, uma conversa sem fim, um diálogo cheio de dúvidas. O essencial é o espanto, o encontro e a capacidade de ver. A fé não pode ser normativa, não é uma lei, isso é um equívoco e gera mal-entendidos." Ainda bem que existem padres como Tolentino de Mendonça.

publicado por Laurinda Alves às 01:08
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