Quinta-feira, 26 de Abril de 2012
Noite de estreia d'A Controvérsia de Valladolid

Fui à estreia da peça A Controvérsia de Valladolid, de Jean-Claude Carrière, no Teatro São Luiz. Carrière escreveu um texto belíssimo, profundo e intemporal, Carlos Paulo traduziu e João Mota encenou. O resultado é um diálogo extraordinário entre várias personagens, numa espécie de julgamento, em que todos os actores representam de forma magistral. O diálogo histórico entre o filósofo Sepúlveda (Virgílio Castelo) e Frei Bartolomeu de las Casas (António Paulo) sobre o poder de decidir sobre a vida dos outros, sobre os povos conquistados e colonizados, sobre as atrocidades cometidas, enfim sobre a condição humana, é memorável e fica a fazer eco em nós. Pela complexidade, mas também pelas questões que levanta e pela actualidade destas mesmas questões.

 

No fim as pessoas aplaudiram de pé e depois houve a tradicional celebração de estreia com champagne e morangos no Jardim de Inverno, que é um espaço de enorme beleza, também muito poético. Nesta polaroid o Virgílio Castelo conversa com o pintor Diogo Guerra Pinto sobre a substância do tema e o papel de cada um. Esta peça é também uma forma de celebrar o 40º aniversário da Comuna - Teatro de Pesquisa, comemoração à qual o Teatro São Luiz se associou na estreia de um "texto fundamental sobre os abismos que se abrem entre nós e o outro", como vem escrito no convite e catálogo. 

Não resisto a dar mais uma vez os parabéns aos actores e a todos os que se envolveram na produção d'A Controvérsia de Valladolid. É um texto denso que exige uma representação ao nível, mas todos estão à altura. Vale a pena ver, vai estar em cena até dia 6 de Maio. 

 

publicado por Laurinda Alves às 10:16
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