É impressionante esta estatística. E é chocante perceber como a vida pode mudar de um minuto para o outro porque alguém se dá ao luxo de escrever sms no telemóvel enquanto guia. Detesto ver pessoas a fazer isso ao meu lado e passo a vida a criticar os que atendem invariavelmente o telemóvel (sabendo que eu própria já atendi o telem no carro algumas vezes no passado, note-se) mas verifico que as pessoas não têm consciência dos danos irreparáveis que um gesto tão simples pode provocar. Uma amiga minha morreu ao volante desta maneira. Tinha pouco mais de 30 anos e dois filhos pequenos. Atendeu o telemóvel e o gesto de pegar no aparelho desviou o volante para fora da estrada. Esbarrou-se contra uma árvore e o impacto foi brutal.
Deixo aqui o link para um filme produzido para uma campanha contra o uso de telemóveis ao volante, em especial o uso e abuso dos que escrevem sms enquanto conduzem. O vídeo faz parte de uma campanha contra a escrita de SMS ao volante, usa imagens chocantes como ferramenta educacional, mostra um acidente de viação e está a ser exibido em escolas britânicas.
http://diario.iol.pt/internacional/acidente-sms-telemovel-tvi24-campanha-video/1083286-4073.html
"A polícia da região de Gwent, no País de Gales, recorreu a uma medida extrema para impressionar os jovens condutores, informa a BBC News.
As autoridades estão a usar um vídeo, que mostra três amigas que durante uma viagem provocam um violento acidente. A causa do acidente é uma distracção da motorista quando esta está a escrever um SMS, provocando assim a morte das suas amigas. O vídeo mostra também as operações de socorro.
Devido ao seu forte impacto, as autoridades decidiram usar o vídeo como uma ferramenta educacional e estão a exibi-lo nas escolas. O objectivo é reduzir os acidentes rodoviários entre os jovens britânicos.
Um estudo recente da RAC Foundation revela que 50 por cento dos jovens escrevem mensagens de telemóvel enquanto conduzem. Só que, escrever um SMS é mais perigoso do que falar ao telemóvel, porque os olhos se desviam da estrada em média seis segundos. Dados da Fundação RAC revelam que escrever um SMS reduz os reflexos do condutor em 35 por cento."
É impossível viver o dia 11 de Setembro sem uma consciência aguda do sofrimento que trespassa as famílias e os amigos das vítimas.
Três mil pessoas morreram no espaço de poucas horas e todos assistimos à tragédia em directo. Os anos passam, um após outro, mas a dor, essa não passa. Nem a perplexidade nem a dúvida inquietante sobre os limites dos que não têm limites.
Muita coisa se escreveu, disse e calou hoje pelo mundo inteiro. Não tenho nada a acrescentar, senão dizer que estou em comunhão. E que a maneira de acreditar que o mundo é um lugar possível, é trabalhar e contribuir para que ele se torne possível.
O caso Fritzl abalou o mundo mas infelizmente não foi o único. Logo a seguir, em França descobriu-se outro pai que mantinha o mesmo tipo de relação com a sua filha Elizabeth, de quem também teve filhos, embora o sequestro fosse 'apenas' psicológico e emocional.
Ponho aspas na palavra 'apenas' porque o terror de viver sequestrada moral ou emocionalmente pode ser tão brutal como o sequestro físico vivido pela filha de Fritzl e filhos. Quando nos interrogamos sobre os cúmplices destas e outras histórias, percebemos que é improvável que outros não estejam envolvidos.
Hoje o Público traz a notícia de um casal alemão que foi condenado por ter deixado a sua filha morrer à fome. Lea-Sophie tinha cinco anos e pesava 7 quilos. É impossível que outros não tivessem reparado numa criança esquelética que estava literalmente a morrer à fome.
Uma semana antes de Lea-Sophie morrer os serviços alemães de protecção de menores foram anonimamente contactados e investigaram o apartamento do casal (Nicole, 24 anos e Stefan, 26 anos tinham dois filhos) mas o casal apresentou apenas o filho e escondeu a filha. É extraordinário que os agentes não tenham exigido ver a criança que procuravam mas compete agora às autoridades alemãs investigar estes investigadores.
Se falo disto é porque todos sabemos que há sempre mais cúmplices do que aqueles de quem se fala. A mulher de Fritzl nunca desconfiou? Ou era, também ela, violentada e mantida num clima de terror psicológico? E os vizinhos? E o resto da família? E as autoridades?
É incrível como estas coisas se passam tão perto de nós, na porta ao lado, na rua da frente ou no prédio de trás, em cidades como a deste casal de Schwerin, perto de Berlim, e é incrível como aparentemente ninguém quer ver o insuportável. Dizem os especialistas que na raíz desta cegueira colectiva está o medo de sermos obrigados a ser consequentes e a agir em conformidade, implicando-nos de alguma forma em casos que nos são insuportáveis. Será?
. 50% dos jovens escrevem s...
. Em memória dos que morrer...
. Ninguém quer ver o insupo...