Inaugurei hoje a 'minha' sala do Dialogue Cafe, na Fundação Gulbenkian, com uma ligaçao Lisboa/Cleveland, Ohio, sobre crianças com necessidades educativas especiais. Do lado de lá a Wendy e a Taan Saphiro, falaram de projectos com crianças cegas no Uganda; do lado de cá Miguel Palha, neuropediatra do desenvolvimento e especialista no acompanhamento a portadores de Trissomia 21, mais duas mães de crianças com T21 que são muito activas e multiplicam talentos e esforços nestas áreas da integração e valorização da diferença. A Francisca Prieto e a Marcelina Souschek criaram projectos admiráveis que apoiam o Centro Diferenças, mas também contribuem para mudar mentalidades e transformar o olhar sobre estes e outros handicaps. Durante mais de uma hora estivémos todos sentados à volta da mesa numa intensa partilha de conhecimentos e experiências. Esta troca só foi possível graças ao sistema de Telepresença da Cisco, a ferramenta ideal para ligar pessoas de todo o mundo e de todas as áreas, para passar palavra e fazer a diferença nos universos em que gravitamos e temos influência. É fascinante perceber como nestas sessões de Dialogue Cafe as pessoas se conhecem e dão a conhecer, como vibram com as ideias umas das outras e como sentem que de certa forma passam a estar próximas. Ouvir a Taan falar do que vive e experimenta no Uganda, com crianças com handicaps físicos e outros, deixou-nos a todos mais conscientes daquela realidade, mas também mais certos de estarmos todos a contribuir para um mundo melhor. Os ecos de Cleveland chegaram logo a seguir ao Dialogue Cafe e tal como a Wendy disse, mais do que uma partilha de ideias e experiências, este DC selou o início de uma amizade. A partir destas conversas inaugurais, muitas parcerias e ideias podem surgir nestas e noutras áreas, com estes ou outros protagonistas. Grande, grande pinta! Graças ao olhar visionário do Diogo Vasconcelos e do team Cisco/Aliança das Civilizaçoes/Nações Unidas/Gulbenkian o Dialogue Cafe vai revelando todo o seu potencial. Em breve volto ao tema para dizer quantos DC já há espalhados pelo mundo e como é que tudo isto se processa.
Sou voluntária e embaixadora da Acredita Portugal e, por isso, estou muito próxima desta Associação. A Acredita Portugal tem sido uma verdadeira força de ignição para iniciativas empreendedoras e impressiona-me a quantidade de pessoas e projectos que já ajudou a realizar. Desta vez retomo o fio da conversa sobre a Acredita Portugal por causa dos 4 workshops que está a promover, para passar palavra a quem estiver interessado. Falo do ensino e treino de Técnicas de Venda e Negociação (28 de Abril); de aprender a desenhar um plano de Negócios (21 de Abril); de como proteger as ideias (12 Maio, online) e de Motivação e Liderança, para perceber como é possível ser o novo Special One (26 Maio). Tudo isto e muito mais está bem explicado no site da Acredita. Vale a pena investigar e ficarmos atentos, porque esta equipa da Acredita Portugal não brinca em serviço e faz tudo muito bem feito, do princípio ao fim.
Este vídeo é muito divertido e eloquente, não percam! Revela toda a estranheza que pode haver em perguntas e declarações aparentemente banais e universais, quando transpostas da internet para a vida real. Partindo da terminologia do Facebook, Twitter e afins, o actor e comediante Jolyon Rubinstein explora as perguntas, os 'like' e os tiques das multidões que se relacionam diariamente online. Muito bom. Este filme é também um teaser para a produção da opera Two Boys, de Nico Muhly, sobre os excessos de quem vive a vida online.
portugueses sem fronteiras 13 from AlvesLaurinda on Vimeo.
Último episódio da série Portugueses Sem Fronteiras. João Curado, estudante em fase de doutoramento em Biologia Computacional, em Barcelona, Susana Santos, maquilhadora de moda e Tânia Saraiva, ex-manequim e fotógrafa de moda, ambas a viver e a trabalhar em Paris, encerram esta série de entrevistas. Mais uma vez fica muito evidente a diversidade de talentos que vão de uma área em que a Biologia e a Genética, aliadas à informática representam avanços expressivos nas áreas da investigação científica e Medicina, até à sofisticação dos meios high-fashion de Paris, onde a competição no mundo da moda é feroz e é preciso ser muito bom e ter uma marca muito original e distintiva para vingar. Aproveito a boleia das entrevistas do João, da Susana e da Tânia para agradecer mais uma vez a todos os entrevistados a maneira como confiaram e partilharam aquilo que fazem, quem são, o que os move e aquilo em que acreditam. A ideia, à partida, era revelar portugueses com talento, mas eu queria uma revelação feita com a simplicidade e a naturalidade de quem não tem medo de expor as suas fragilidades e forças (sem devassas, como é óbvio), e de quem conta com a mesma espontaneidade o que é fácil e difícil quando se muda de país para realizar sonhos longe de casa, da família e dos amigos. Confesso que todos, sem excepção, foram capazes de o fazer e é isso mesmo que agradeço: essa maneira tão simples e tão eloquente como enunciaram a facilidade e a adversidade, admitindo que é essa combinação que os constrói e os leva cada dia mais longe. Era importante não exibir uma colecção de pessoas cujo sucesso parecesse feito única e exclusivamente de conquistas, pois nada nem ninguém evolui em linha recta e muitas vezes criam-se mitos porque se distorce essa realidade e se esconde ou mascara aquilo que corre menos bem. Também era essencial que todos fossem capazes de falar de si sem medos nem defesas ou poses artificiais. Foi o que aconteceu, e por ter acontecido comove-me esta sucessão de testemunhos de vida, este desfile de dons e talentos, bem como a alegria que emana de todos. Muito obrigada a cada um. Muito inspiradores.
A Georgina Matos, a Joana Freudenthal e a Paula Seixas são três visitas assíduas deste blog que não se conheciam pessoalmente até ontem à noite. Eu própria só tinha visto a Paula Seixas uma vez no lançamento de um livro meu, e conheço a Georgina através da minha mãe e do meu irmão. Ontem encontramo-nos no auditório onde o pe Vasco fez uma conferência sobre matérias radicalmente importantes para quem gosta de pensar a vida e pôr as coisas em perspectiva. Na perspectiva da fé cristã, neste caso.
Vasco Pinto de Magalhães lembrou que em matéria de escolhas pessoais e discernimento diário, muitas vezes o nosso pior inimigo somos nós mesmos. Isto, sempre que as nossas opções nos centram apenas em nós próprios e nos fecham aos outros, claro. Por outro lado, desmistificou a questão dos sacrifícios e de tudo aquilo que mais nos custa, dizendo que é mentira que o maior mérito esteja sempre em fazer aquilo que mais custa. Tanto mérito tem fazer aquilo que nos custa, como aquilo que nos dá prazer se isso ajudar a crescer ou for por um bem maior. Nosso ou dos outros.
As pequenas e as grandes decisões, os critérios e as prioridades, o discernimento do dia-a-dia, a liberdade interior e a maneira de ordenar os afectos foram os temas que estiveram no centro da conversa ao serão. Tudo isto deu uma discussão muito animada na segunda parte, quando Vasco Pinto de Magalhães abriu o debate e iniciou o diálogo com a plateia. Gostei de o ouvir sublinhar que os critérios para orientar as escolhas e ajudar na ponderação entre duas coisas aparentemente boas (geralmente ninguém tem dúvidas entre escolher entre uma coisa boa e uma coisa má) passam sempre por tentar perceber qual delas é mais urgente, mais necessária e mais universal. Há um 4ª critério que também ajuda nas opções pessoais e profissionais: perceber aquilo que está por fazer, que ainda ninguém fez. Bons critérios, não acham?!
Agora que o Natal está a acabar e restam as fotografias e as memórias de mais um dia bem passado em família, gostava de deixar aqui os 3 tópicos que o pe Vasco Pinto de Magalhães enunciou ontem na Missa do Galo e dão que pensar. Gostei especialmente da formulação teológica sobre o Presépio, pela maneira como actualizou esta mensagem e esta imagem. Eloquente e profundo, como sempre, Vasco Pinto de Magalhães sugeriu que olhássemos para o Presépio como uma ideia de futuro, em vez de o arrumarmos nesse passado de há dois mil anos. A ideia é continuar a fazer caminho para um lugar de verdade, de luz e de paz. Ou seja, ter o Presépio como ponto de partida, mas também de chegada. Nesta lógica e com este sentido, Vasco Pinto de Magalhães deixou três propostas/pedidos:
. que a família seja, para nós, um lugar sagrado
. que a verdade e o rigor moral sejam, para todos, uma atitude sagrada
. que o nosso sentido de dever e a nossa humanidade sejam para sempre sagrados
Falei desta fotografia e deste abraço de Helena Almeida há precisamente uma semana, depois de a ter visto na feira Arte Lisboa. Hoje uso-a para ilustrar aquilo que quero dizer e tem a ver com algumas frases que ficaram a fazer eco em mim após a primeira revisão das provas do livro que estou a escrever com Alberto de Brito, jesuíta especialista em Relações Humanas e Comunicação. Em Novembro gravei em Bruxelas uma série de conversas sobre temas ligados às relações inter-pessoais e agora estamos na fase das revisões. Deixo aqui algumas frases-síntese do pensamento de Alberto de Brito sobre o valor da compreensão. E deixo este abraço em tamanho gigante, a ilustrar esta matéria.
. Estou convencido de que a capacidade de compreensão das pessoas faz toda a diferença nas relações humanas
. As pessoas ouvem pouco e quem não ouve os outros acaba a falar sozinho
. Temos que aprender a ouvir a vários níveis: uma coisa é ouvir com curiosidade e outra é ouvir com interesse. A curiosidade diz respeito às histórias (e fofocas); o interesse é a verdadeira atenção ao outro e cria empatia
. A compreensão é a única força de mudança. As pessoas quando se sentem compreendidas, mudam!
. Compreender alguém é transmitir-lhe: tu podes ser tu diante de mim. Não precisas de ser outra pessoa para te defenderes de mim.
Antes de desligar o computador para aproveitar a tarde para ler, deixo aqui uma fotografia tirada à saída da conferência na Culturgest sobre a gestão positiva do tempo, organizada pela Caixa Woman. Foi uma manhã interessantíssima, em que todas as pessoas presentes se envolveram na discussão do tema proposto e orientado pelos psicólogos e psicoterapeutas Helena Marujo e Luís Miguel Neto, que mantiveram uma animação constante e foram muito eficazes a conduzir os diálogos e a estabelecer relações entre pessoas. Muitos dos que estiveram presentes nunca se tinham visto ou mal se conheciam, mas também havia pares da mesma empresa, e esta mistura de pessoas foi de tal maneira bem gerida que no fim ficámos com a sensação de ter feito amigos e amigas nesta manhã. Falo por mim, que saí de lá com a Carmen Sequeira, a Margarida Pinto e a Teresa Lopes, com quem fiquei longamente à conversa. A Carmen foi parar a esta conferência porque leu aqui no blog e conseguiu inscrever-se à última hora; a Margarida trabalha no projecto Caixa Woman e a Teresa era uma leitora fiel da XIS e, curiosamente, foi entrevistada para a última edição da revista. É gira a vida e os encontros que proporciona...
Ir a pé pela cidade ao fim da tarde e atravessar os jardins da Gulbenkian a horas de ouvir Tolentino Mendonça falar sobre o silêncio é um verdadeiro luxo intelectual e espiritual. Fui ouvir o que tinha para dizer sobre todos os tipos de silêncio e saí de lá cheia de ideias para pensar. A lição de Tolentino foi muito estimulante e abriu a uma nova compreensão do mundo interior de cada um, mas também dos mundos à nossa volta. Deixo aqui um abraço a duas Isabel Mota (a amiga daqui do blog, que todos conhecemos e me pergunta como foi este fim de tarde, e a minha amiga Isabel Mota da Gulbenkian a quem dou os parabéns por mais esta iniciativa) e depois, quando tiver tempo, escrevo umas linhas sobre a substância da conferência. Já estou afundada na 'noite' da mesa de montagem, a 'viajar' por outros lugares, com outras pessoas, mas não posso deixar de referir este encontro de ontem e a maravilha que foi o discurso e a narrativa de Tolentino Mendonça, apresentado por António Pinto Ribeiro.
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