(Um breve parêntesis para dizer que estou sem internet em casa desde sexta-feira, o que é inconcebível e me provoca um enorme caos na vida profissional e até pessoal. Pergunto-me quantas reclamações serão precisas para a PT mandar um assistente, porque já vou na terceira e não acontece nada...) Dito isto, estou neste minuto de partida para Foz Côa e Porto, em trabalho e gravações, e só volto no fim-de-semana, mas não queria deixar de publicar aqui algumas fotos da fabulosa exposição do Miguel Branco, que se pode ver até ao próximo domingo. Tive a sorte de ter o próprio Miguel Branco a fazer uma visita guiada pela exposição e confesso que as figuras dos seus monges, a quietude do silêncio do pavilhão, onde eles contemplam um mundo de árvores povoado por pavões, mais as borboletas gigantes, metamorfoseadas, lindas, exuberantes, e ainda os utensílios de cobre que parecem de outras civilizações, em contraste com o branco puro e neutro de tigelas e objectos aos quais o artista deu um lugar importante no início do percurso da exposição, tudo isto não me sai da cabeça desde que visitei a exposição. O Miguel Branco está no seu auge e este seu Deserto é exaltante e muito interpelador. Gostei muito da exposição. Quem puder, não perca! Está até domingo no Pavilhão Branco do Museu da Cidade, no Campo Grande. Depois segue dali para Paris.
Estive na inauguração desta exposição de arquitectura e gostei da forma como tudo se apresenta: seis grandes caixas rectangulares, fundas (tipo caixão, salvo seja!) que abrem e fecham como se fossem baús de viagem, coisa que realmente são pois esta exposição itinerante já viajou bastante e já percorreu muito mundo. Nestes caixotes cabem as maquetes, as imagens e alguns materiais usados na construção, mais a memória descritiva de cada projecto.
A única maquete escura pertence aos arquitectos Aires Mateus, enquanto as brancas são de Bak Gordon, Bugio.João Favila, Paulo David e Ricardo Carvalho + Joana Vilhena. A caixa de onde saem dois Macs com imagens é da arquitecta Inês Lobo. Nestes seis 'ateliers' encaixados na madeira viajam alguns dos melhores projectos de cada um dos autores. A marca de cada um é muito expressiva, como sabemos, e esta exposição sublinha essa mesma marca.
O Museu da Electricidade, em Lisboa, é um espaço onde esta e outras exposições brilham de maneira especial. Vale a pena ir ver os seis ateliers dos arquitectos e ver como se arruma o essencial em caixas tão simples como estas. Encontrei todos os autores e acabei por ter uma longa conversa, a um canto, com o Manuel Aires Mateus sobre o talento português, a actualização da nossa marca e da nossa presença no mundo. Muito bom.
Vale a pena ir ao CCB ver uma pequena-grande exposição com as novas esculturas de Rui Chafes. Gosto particularmente desta espécie de aranha suspensa na sua teia, mas também gosto das dezenas de "esculturas para ter na mão" que o Rui Chafes desta vez expõe entre vidros, para acautelar alguma distracção dos visitantes. Já lhe aconteceu no passado ter chegado ao fim do tempo de uma exposição com peças a menos e, por isso, desta vez as micro-esculturas, por assim dizer, estão mais protegidas. Apetece imenso tocar nelas, porque são anatómicas, e também apetece imenso tê-las. Percebo a tentação dos que não as devolveram ao seu lugar e comentei isso mesmo com o Rui. Ele sorriu.
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