Uma pata e quatro patinhos cruzaram-se no meu caminho esta tarde, nos jardins da Gulbenkian. Durante o instante em que nos acompanhámos uns aos outros não pude deixar de atrasar o passo, para evitar que se assustassem e fugissem. É tão improvável um encontro destes no centro da cidade, que apetece fazê-lo durar. Este momento já teria feito a minha tarde, se não fosse um encontro maior, mais à frente, já a caminho do 'planeta' Dialogue Cafe.
O Mia Couto estava a dar uma entrevista na Fundação Calouste Gulbenkian e desafiei-o a ir ter comigo depois à sala 3, a sala do Dialogue Cafe, onde está instalado o sistema de Telepresença da Cisco e onde me sento sempre que estou na Fundação. Este espaço é mais do que um sonho e no tempo em que não há sessões de DC, reina um silêncio e uma paz muito inspiradores para trabalhar. Esta tarde o privilégio maior foi poder explicar ao Mia o sistema do DC e combinar com ele uma sessão para breve. Grande pinta e grande surpresa.
Inaugurei hoje a 'minha' sala do Dialogue Cafe, na Fundação Gulbenkian, com uma ligaçao Lisboa/Cleveland, Ohio, sobre crianças com necessidades educativas especiais. Do lado de lá a Wendy e a Taan Saphiro, falaram de projectos com crianças cegas no Uganda; do lado de cá Miguel Palha, neuropediatra do desenvolvimento e especialista no acompanhamento a portadores de Trissomia 21, mais duas mães de crianças com T21 que são muito activas e multiplicam talentos e esforços nestas áreas da integração e valorização da diferença. A Francisca Prieto e a Marcelina Souschek criaram projectos admiráveis que apoiam o Centro Diferenças, mas também contribuem para mudar mentalidades e transformar o olhar sobre estes e outros handicaps. Durante mais de uma hora estivémos todos sentados à volta da mesa numa intensa partilha de conhecimentos e experiências. Esta troca só foi possível graças ao sistema de Telepresença da Cisco, a ferramenta ideal para ligar pessoas de todo o mundo e de todas as áreas, para passar palavra e fazer a diferença nos universos em que gravitamos e temos influência. É fascinante perceber como nestas sessões de Dialogue Cafe as pessoas se conhecem e dão a conhecer, como vibram com as ideias umas das outras e como sentem que de certa forma passam a estar próximas. Ouvir a Taan falar do que vive e experimenta no Uganda, com crianças com handicaps físicos e outros, deixou-nos a todos mais conscientes daquela realidade, mas também mais certos de estarmos todos a contribuir para um mundo melhor. Os ecos de Cleveland chegaram logo a seguir ao Dialogue Cafe e tal como a Wendy disse, mais do que uma partilha de ideias e experiências, este DC selou o início de uma amizade. A partir destas conversas inaugurais, muitas parcerias e ideias podem surgir nestas e noutras áreas, com estes ou outros protagonistas. Grande, grande pinta! Graças ao olhar visionário do Diogo Vasconcelos e do team Cisco/Aliança das Civilizaçoes/Nações Unidas/Gulbenkian o Dialogue Cafe vai revelando todo o seu potencial. Em breve volto ao tema para dizer quantos DC já há espalhados pelo mundo e como é que tudo isto se processa.
Dia de receber a visita do Tiago Azevedo Mendes para gravar o comentário mensal para o programa 70X7, que passa aos domingos de manhã cedo, logo às 9h. Desta vez falo sobre os filmes nomeados para os Óscares e o sentido da vida que fica plasmado em alguns deles. Logo à noite vou estar na Igreja do Campo Grande com o José Ribeiro e Castro, deputado e ex-eurodeputado, mais o pe Hermínio Rico, jesuíta, num debate promovido pelo Movimento Juntos Pela Europa, que tem como ponto de partida a interrogação "Europa, onde está a tua alma?". O encontro começa às 21h e a entrada é livre. Fica mais este convite para quem se interessa pelos temas da actualidade numa perspectiva mais humanista, por assim dizer. A ideia é revisitar a História, conferir o passado remoto e recente do projecto comunitário, tentar perceber a lógica de cada etapa de evolução neste já longo processo de construção da União Europeia, e avaliar o presente sem a tentação do 'indiferentismo religioso'. As raízes cristãs da comunidade europeia são um facto que nenhum historiador pode negar ou ignorar, e são também o património espiritual de todo o continente europeu. Como escreveu T.S.Elliot, "a força dominante na criação de uma cultura comum é a religião. Um europeu pode não crer nem viver a fé cristã, mas parte daquilo que pensa, diz e faz, surge como herança cultural cristã e adquire significado perante esta mesma herança". Esta noite cada um de nós vai dar o seu contributo numa discussão historico-filosofica, mas também política, cívica e espiritual. A mim cabe-me falar do valor do perdão e da importância da entreajuda, mas também da pior de todas as crises: a crise de memória, que ao apagar valores essenciais como a partilha e a conciliação, nos deixa a todos mais sós, mais vulneráveis e ... mais desalmados.
Recebi hoje as fotografias da celebração na Lx Factory e não resisto a publicar aqui 3 imagens de um momento único e radicalmente marcante. Entre andaimes, lages de pedra e tijolos antigos, a fábrica parecia uma verdadeira catedral onde nem sequer falta um vitral. Nuno Tovar de Lemos, padre jesuíta, foi muito inspirador, como sempre. Falou do nosso lado nocturno e do nosso lado diurno, da poesia e do sonho, mas também do activismo que tantas vezes nos consome e atrapalha a vida. Foi um tempo comunhão muito profundo e a meditação sobre estas e outras questões continua a fazer eco. Ainda bem que o Círculo Vieira existe e promove iniciativas como esta.
(As fotografias deste post são todas do fotógrafo Pedro Miguel Barreiros, cujo site é www.pmbarreiros.com)
Vou a caminho de Leiria, para gravar mais uma entrevista, mas não posso deixar de escrever umas linhas para falar do encontro de ontem à noite. Casa cheia, cheia, impressionante! Entre crentes, descrentes, cépticos e duvidosos éramos mais de mil pessoas (esta igreja tem um segundo andar, digamos assim, onde cabem tantas pessoas como as que cabem no andar de baixo, mais as laterais). Nunca tinha estado na Igreja de São Jorge de Arroios e confesso que não estava à espera desta adesão em massa para um serão de conversa sobre Deus. O serão foi muito profundo, mas também muito divertido e leve, com aquela leveza que vem da alegria de quem se reconhece no essencial, seja pela via espiritual, ética, humanista ou estritamente racional. Muito bom. Obrigada ao padre Paulo, pelo desafio/convite a participar, e obrigada a todos os que comentaram aqui ou lá, e estiveram presentes por pertencerem a este nosso círculo alargado de amigos. Mesmo muito bom, insisto.
Apetece-me imenso este serão e esta conversa. Gosto muito dos meus pares, Marcelo Rebelo de Sousa e Miguel Guilherme, e tenho a certeza de que vai ser um tempo bem passado, em que cada um de nós pode actualizar a imagem de Jesus Cristo. Deixo aqui o convite, para o caso de alguém querer ou poder aparecer para participar connosco nesta tertúlia espiritual, digamos assim. São muito bem-vindos e a entrada é livre.
Que bom que é poder sair de Lisboa e acabar o dia num lugar tão improvável como S.Martinho. A improbabilidade decorre do facto de ser um dia de semana e não me ter passado pela cabeça aproveitar a ida à Biblioteca Municipal da Nazaré, onde fui falar para cerca de 100 professores, para fazer depois um desvio até à praia de S.Martinho.
Fui à Biblioteca da Nazaré falar para uma assembleia de professores atentos, críticos e participativos, sobre questões ligadas à leitura, educação e comunicação. A plateia estava cheia e foi uma tarde de conversa muito estimulante para mim. O desafio partiu da direcção da biblioteca e dos organizadores de um ciclo de encontros mensais cujos temas derivam do título "Combates Pela Leitura". Valeu a pena condensar o dia de trabalho em Lisboa numa manhã, e atravessar a cidade à hora do calor de forma a conseguir estar na Nazaré a meio da tarde.
As fotografias não abarcam todo o auditório (e nem sequer estão completamente nítidas) mas dá para perceber o ambiente e sentir a presença deste grupo alargado de professores com quem estive e com quem troquei opiniões e debati pontos de vista. Gostei muito.
"Fotos de família" no fim da última aula prática do 2º módulo do meu Curso de Comunicação na LeYa. A única diferença entre as duas fotografias é a posição mais à direita, digamos assim, onde eu e a Carmen alternamos como fotógrafas. Esta turma foi um privilégio do primeiro ao último dia. No 2º módulo do Curso de Comunicação gravámos e filmámos semana após semana, e esta sucessão de aulas práticas permitiu-nos consolidar a teoria exposta ao longo do 1º módulo. Todos aprendemos imenso uns com os outros e é difícil traduzir para aqui a alegria, a cumplicidade e a confiança que marcou este grupo. A despedida foi uma emoção, claro. Grande pinta de turma!
P.S.: Faltou-nos a Marta Roquette, que é mais um pilar deste grupo, mas já falámos as duas e já combinámos uma surpresa para o encontro que ficou marcado.
A surpresa do dia? Encontrar e juntar no Largo do Carmo quatro amigos improváveis. Não pela amizade em si, mas pela circunstância de uns morarem na Coreia do Sul e outros terem acabado de dar uma volta ao mundo. A Maria Bravo e o Kiko Martins (no extremos da fotografia) são casados, criaram o projecto Eat the World e atravessaram o mundo pelas cozinhas de casa de pessoas e famílias que não conheciam mas ficaram a conhecer. Esta extraordinária volta pelo mundo foi sendo reportada semanalmente através de crónicas publicadas no Expresso e agora transformou-se num livro fabuloso que vai ser lançado na próxima semana. Vou fazer o lançamento na 4ª feira, dia 29, e desde já deixo o convite para quem quiser e puder assistir. É nos Meninos do Rio às 18:30 e a entrada é livre. O Kiko e a Maria disseram-me que podia estender os convites às pessoas do meu blog e é isso que estou a fazer. Sintam-se convidados! Vai valer a pena ouvir a Maria e o Kiko falarem desta aventura. No centro da fotografia estão a Maria e o Álvaro, que é padre missionário e vive há 14 anos na Coreia. Conheceram-se lá e ficaram amigos. Hoje, por pura coincidência encontraram-se uns com os outros e eu com todos. Muito, muito bom.
Almocei esta semana com o professor Manuel Sobrinho Simões, cientista e investigador de referência internacional. As conversas com ele são sempre extraordinárias e apetece prolongá-las por muitas horas. Desta vez marcámos encontro no aeroporto, por ele estar em trânsito, e almoçámos num daqueles lounges que criam uma espécie de bolha nestes espaços sobrepovoados onde o desfile de multidões que chegam e partem é um movimento perpétuo. Se tudo correr conforme estamos a pensar, mais à frente conto o que andamos a arquitectar juntos. Vai ser mais um bom desafio, tenho a certeza. Adoro as histórias de encantar que Sobrinho Simões me conta sobre as suas áreas de especialidade e espanta-me a sua capacidade de partir sempre do concreto e da realidade-real para me explicar com palavras muito simples e coloridas alguns dos conceitos mais eruditos e porventura mais cinzentos ou abstractos da Medicina, da Genética e Epigenética. Fiquem atentos, que em breve dou mais notícias. Para já fica o suspense, que também é divertido e cria uma curiosidade boa...
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