ZEINA SOUDI, 34, A MINHA AMIGA PALESTINIANA, JÁ CHEGOU A LISBOA. Um ano depois de nos termos conhecido virtualmente através do Dialogue Cafe na qualidade de managers de Lisboa e Ramallah, demos finalmente um abraço real hoje. Tal como já escrevi aqui, a Zeina foi convidada para ser guest speaker do TEDx Aveiro no fim de uma sessão de Dialogue Cafe que tivemos há uns meses atrás. Nessa altura já nos considerávamos amigas e não apenas pares, mas desde esse dia a nossa amizade foi crescendo e ficando cada vez mais sólida. É impressionante ver os frutos que o DC vai colhendo em várias áreas: a vida de uma criança que foi salva 'só' porque médicos palestianianos e americanos se puseram de acordo quanto às complexas opções cirúrgicas; designers das novas gerações de vários países que se envolveram em projectos de design inclusivo para melhorar a qualidade de vida a pessoas com necessidades especiais; jovens portugueses e palestinianos que trabalharam em conjunto questões como a prevenção dos consumos de alcool em idades precoces; arquitectos, cientistas, investigadores, professores, empreendedores, artistas e autores de vários países que têm trocado experiências e partilhado conhecimento em incontáveis áreas de especialidade, no sentido de co-criarem projectos e de se envolverem civicamente numa lógica de contributo para as comunidades em que estão inseridos, e por aí adiante. Adoro fazer parte deste projecto de diálogo entre as Nações e poder ter um papel numa plataforma virtual que aproxima realmente as pessoas de diferentes culturas. Durante uns dias vou ter a Zeina em casa e vamos andar entre Aveiro e Lisboa. Esta tarde, enquanto esperava que chegasse o Alfa de Aveiro, lembrei-me do diálogo da Raposa e do Principezinho, quando falavam de preparar o coração para receber um amigo...
As sessões multiplicam-se semana após semana e ultimamente temos tido vários encontros entre 'multidões'. Ontem em Lisboa estiveram cerca de 70 estudantes de arquitectura da Faculdade de Arquitectura do Porto, mais os professores e directores, que vieram à Gulbenkian numa visita de estudo e acabaram por vir todos ao Dialogue Cafe assistir à 'Lecture' que Camilo Rebelo, arquitecto co-autor do Museu do Côa, deu para uma turma de palestinianos finalistas de arquitectura na Universidade de Birzeit. A aula foi muito interessante e alongou-se porque os palestinianos não queriam ir embora e as perguntas sucediam-se. Muito bom. Antes desta sessão tivemos a abertura oficial do Dialogue Cafe em Wroclaw, com discursos de políticos e direito a cobertura jornalística. Dias marcantes e para celebrar a muitos níveis.
Eis uma foto de uma das mais recentes sessões de Dialogue Cafe que tivemos na Gulbenkian entre jovens que fazem trabalho cívico e desenvolvem actividades solidárias e voluntárias. Do lado de cá, um grupo de alunas do Colégio Mira Rio. Do lado de lá um grupo de adolescentes palestinianos do Youth Council de Ramallah. Foi a segunda sessão entre estes dois grupos e é fabuloso ver como o Dialogue Cafe cria laços fortes e duradouros. Neste momento todos estes jovens já estão a fazer projectos conjuntos e a co-criar iniciativas com impacto transformador nas comunidades onde moram. Mais à frente dou mais detalhes sobre tudo isto. Para já deixo aqui um retrato feliz, na véspera de começar a dar mais um Curso de Comunicação num dos Colégios do Grupo Fomento, desta vez no Horizonte. Durante dois dias vou ter uma turma de cerca de vinte alunas pré-universitárias a quem vou ensinar e treinar competências de Comunicação. Em Maio passado fiz uma Talk no TEDx Aveiro sobre estas matérias e acredito profundamente que muita coisa melhoraria neste país e na vida de cada um se fossemos ensinados a comunicar desde muito cedo. Vejo o impacto das sessões de Dialogue Cafe, em que tudo começa e acaba no poder da Comunicação, e nos laços que se estabelecem entre os participantes, mas também sou formadora no Leadership Lab da Universidade Católica e percebo como os alunos precisam do suplemento de confiança que sentem quando comunicam bem e vão a entrevistas de primeiros empregos. Gosto muito de dar formação nesta área e, por tudo isto, é com enorme alegria que vou para o Porto. Se ficar mais ausente já sabem que é por boas razões!
Michael Wolff, Designer inglês com 50 anos de experiência e mundialmente reconhecido pela sua criatividade e sentido de humor, mas também pelas mil e uma marcas que criou para pequenas e grandes empresas e iniciativas em todas as áreas (foi ele o autor da imagem dos Paralímpicos 2012, para dar apenas um exemplo recente, actual), esteve hoje sentado à mesa do Dialogue Café. Ele em Londres, nós em Lisboa. Ao meu lado Julia Cassim, uma mulher absolutamente fabulosa que aposta no Design Inclusivo e percorre o mundo a fazer workshops e a provocar especialistas nas áreas do Design, Arquitectura, Artes, Educação, Medicina e Inclusão Social para desafios de co-criação de novas peças, objectos e ferramentas desenhados para todos e não apenas para alguns. Julia Cassim veio do Japão para um 24h Challenge em Lisboa, promovido pelo British Council, e Michael Wolff acabou de chegar de Moscovo.
Graças ao sistema de TelePresença da Cisco usado no Dialogue Cafe e à ideia visionária do Diogo Vasconcelos, podemos sentar à 'mesma mesa', na 'mesma sala' pessoas em vários países e diferentes continentes. Esta tarde a conversa envolveu quatro salas de Dialogue Cafe: Lisboa (fomos nós os anfitriões), Londres, Amsterdão e Cleveland. Julia falou de peças de design que habitualmente não classificamos como tal. Falo de pernas artificiais, próteses, olhos mecânicos, aparelhos para surdos, etc, etc. Tudo isto e muito mais é a substância do Design Inclusivo.
A conversa durou cerca de uma hora e meia e durante este tempo houve sempre assistência na sala. É fabuloso conhecer pessoalmente gente inspiradora que muda o mundo e transforma o nosso olhar. Que nos interpela e abre novas perspectivas. Foi o que aconteceu esta tarde. A boa notícia é que o Dialogue Cafe é uma ferramenta poderosa que pode ser usada por pessoas, organizações e instituições da sociedade civil. Quem estiver interessado em saber mais, contacte-me através do blog, do facebook ou na Fundação Calouste Gulbenkian, onde estou todas as tardes.
Já disse e repito que o DC é um projecto apaixonante e é um privilégio sem tamanho poder ter um papel, poder estar envolvida. Sou a manager-curator-gatekeeper de Lisboa, o que quer dizer que a minha função é gerir, programar e facilitar a realização de sessões de Dialogue Cafe em que pessoas de várias áreas e de países diferentes trocam ideias e partilham experiências. É de conversas como estas que nasce muita luz e é destas pontes, destes links e conexões que saem excelentes projectos e novas parcerias. O Dialogue Cafe é um projecto onde cabem muitos outros projectos e é fascinante ver como todas e cada uma das pessoas que fazem esta experiência saem da sala com uma espécie de urgência interior para agir, seja para replicar as ideias que acabam de ouvir, seja para criar novos projectos.
Graças a este Dialogue Cafe desta tarde a Julia Cassim e a equipa do DC de Amsterdão vão tentar organizar um 24h Challenge naquela cidade. Grande pinta! O Diogo Vasconcelos gostaria muito de saber isto e teria adorado estar presente nesta sessão, tenho a certeza. Que bom podermos dar continuidade às suas ideias visionárias, à sua narrativa do futuro...
Termino agradecendo à Lígia Lopes, à Filipa Pias e às directoras do British Council o apoio na organização deste DC. Foi mesmo muito bom. Felizmente a partir de Setembro teremos uma programação diária. Até lá aceito sugestões, desafios e pedidos. O DC não tem custos associados e é interessante ver como de uma parceria feliz entre as Nações Unidas/Aliança das Civilizações - Cisco - Gulbenkian nasceu um novo produto social, uma nova ferramenta com tanto poder transformador e tanto impacto no mundo à nossa volta.
Uma pata e quatro patinhos cruzaram-se no meu caminho esta tarde, nos jardins da Gulbenkian. Durante o instante em que nos acompanhámos uns aos outros não pude deixar de atrasar o passo, para evitar que se assustassem e fugissem. É tão improvável um encontro destes no centro da cidade, que apetece fazê-lo durar. Este momento já teria feito a minha tarde, se não fosse um encontro maior, mais à frente, já a caminho do 'planeta' Dialogue Cafe.
O Mia Couto estava a dar uma entrevista na Fundação Calouste Gulbenkian e desafiei-o a ir ter comigo depois à sala 3, a sala do Dialogue Cafe, onde está instalado o sistema de Telepresença da Cisco e onde me sento sempre que estou na Fundação. Este espaço é mais do que um sonho e no tempo em que não há sessões de DC, reina um silêncio e uma paz muito inspiradores para trabalhar. Esta tarde o privilégio maior foi poder explicar ao Mia o sistema do DC e combinar com ele uma sessão para breve. Grande pinta e grande surpresa.
Inaugurei hoje a 'minha' sala do Dialogue Cafe, na Fundação Gulbenkian, com uma ligaçao Lisboa/Cleveland, Ohio, sobre crianças com necessidades educativas especiais. Do lado de lá a Wendy e a Taan Saphiro, falaram de projectos com crianças cegas no Uganda; do lado de cá Miguel Palha, neuropediatra do desenvolvimento e especialista no acompanhamento a portadores de Trissomia 21, mais duas mães de crianças com T21 que são muito activas e multiplicam talentos e esforços nestas áreas da integração e valorização da diferença. A Francisca Prieto e a Marcelina Souschek criaram projectos admiráveis que apoiam o Centro Diferenças, mas também contribuem para mudar mentalidades e transformar o olhar sobre estes e outros handicaps. Durante mais de uma hora estivémos todos sentados à volta da mesa numa intensa partilha de conhecimentos e experiências. Esta troca só foi possível graças ao sistema de Telepresença da Cisco, a ferramenta ideal para ligar pessoas de todo o mundo e de todas as áreas, para passar palavra e fazer a diferença nos universos em que gravitamos e temos influência. É fascinante perceber como nestas sessões de Dialogue Cafe as pessoas se conhecem e dão a conhecer, como vibram com as ideias umas das outras e como sentem que de certa forma passam a estar próximas. Ouvir a Taan falar do que vive e experimenta no Uganda, com crianças com handicaps físicos e outros, deixou-nos a todos mais conscientes daquela realidade, mas também mais certos de estarmos todos a contribuir para um mundo melhor. Os ecos de Cleveland chegaram logo a seguir ao Dialogue Cafe e tal como a Wendy disse, mais do que uma partilha de ideias e experiências, este DC selou o início de uma amizade. A partir destas conversas inaugurais, muitas parcerias e ideias podem surgir nestas e noutras áreas, com estes ou outros protagonistas. Grande, grande pinta! Graças ao olhar visionário do Diogo Vasconcelos e do team Cisco/Aliança das Civilizaçoes/Nações Unidas/Gulbenkian o Dialogue Cafe vai revelando todo o seu potencial. Em breve volto ao tema para dizer quantos DC já há espalhados pelo mundo e como é que tudo isto se processa.
. Alegria!
. Dias de actividade intens...
. M. Wolff e Julia Cassim: ...
. Os caminhos cruzados e os...
. Estreia no Dialogue Cafe,...
. Dialogue Cafe e Nações Un...