As sessões multiplicam-se semana após semana e ultimamente temos tido vários encontros entre 'multidões'. Ontem em Lisboa estiveram cerca de 70 estudantes de arquitectura da Faculdade de Arquitectura do Porto, mais os professores e directores, que vieram à Gulbenkian numa visita de estudo e acabaram por vir todos ao Dialogue Cafe assistir à 'Lecture' que Camilo Rebelo, arquitecto co-autor do Museu do Côa, deu para uma turma de palestinianos finalistas de arquitectura na Universidade de Birzeit. A aula foi muito interessante e alongou-se porque os palestinianos não queriam ir embora e as perguntas sucediam-se. Muito bom. Antes desta sessão tivemos a abertura oficial do Dialogue Cafe em Wroclaw, com discursos de políticos e direito a cobertura jornalística. Dias marcantes e para celebrar a muitos níveis.
Estive na inauguração desta exposição de arquitectura e gostei da forma como tudo se apresenta: seis grandes caixas rectangulares, fundas (tipo caixão, salvo seja!) que abrem e fecham como se fossem baús de viagem, coisa que realmente são pois esta exposição itinerante já viajou bastante e já percorreu muito mundo. Nestes caixotes cabem as maquetes, as imagens e alguns materiais usados na construção, mais a memória descritiva de cada projecto.
A única maquete escura pertence aos arquitectos Aires Mateus, enquanto as brancas são de Bak Gordon, Bugio.João Favila, Paulo David e Ricardo Carvalho + Joana Vilhena. A caixa de onde saem dois Macs com imagens é da arquitecta Inês Lobo. Nestes seis 'ateliers' encaixados na madeira viajam alguns dos melhores projectos de cada um dos autores. A marca de cada um é muito expressiva, como sabemos, e esta exposição sublinha essa mesma marca.
O Museu da Electricidade, em Lisboa, é um espaço onde esta e outras exposições brilham de maneira especial. Vale a pena ir ver os seis ateliers dos arquitectos e ver como se arruma o essencial em caixas tão simples como estas. Encontrei todos os autores e acabei por ter uma longa conversa, a um canto, com o Manuel Aires Mateus sobre o talento português, a actualização da nossa marca e da nossa presença no mundo. Muito bom.
Alguns dos melhores arquitectos do mundo vieram ao Porto celebrar com Eduardo Souto de Moura os seus 30 anos de carreira. No ciclo de conferências que está a decorrer na Casa da Música também participam fotógrafos e artistas plásticos de referência. Vou a caminho do Porto com a equipa Take it Easy para gravarmos entrevistas e imagens. Que sorte a nossa! Volto mais tarde, para dar notícias e publicar fotografias destes encontros especiais.
O dia de conferências na Casa da Música foi uma festa e uma oportunidade de multiplicar os encontros. Gravei 3 entrevistas, uma com Eduardo Souto de Moura, outra com Gabriele Basilico, um dos grandes fotógrafos da actualidade (na foto em baixo, com o gesto típico dos italianos, que tanto falam com as mãos) e outra ainda com o já lendário arquitecto espanhol Francisco Mangado (na última foto). Tal como escrevi de manhã e tal como se anunciava, este dia foi verdadeiramente prodigioso. O Camilo Rebelo e toda a equipa que organizou este ciclo de conferências, mais o Nuno Azevedo e a sua equipa da Casa da Música estão de parabéns. Casa cheia, a transbordar, de gente de todo o mundo ligada às artes e à arquitectura contemporânea. Muito bom.
Deixo aqui uma fotografia tirada ao longo de uma conversa com o arquitecto Eduardo Souto de Moura, no seu atelier, quando lhe fiz uma grande entrevista para o jornal i, para agora lhe dar os parabéns pelo seu 'Nobel' da arquitectura. É uma honra para todos os portugueses ter recebido o Prémio Pritzker. Confesso que gosto muito da obra do arquitecto, mas acima de tudo gosto da sua personalidade, da sua originalidade e da sua integridade. Há uma ética na sua estética que aprecio verdadeiramente.
Fui ver, finalmente, a casa que o arquitecto Manuel Aires Mateus projectou para uma família em Leiria. Há anos que ouço o Fernando falar desta casa em construção, da história como tudo começou, da maneira como ele e o arquitecto se entenderam desde o princípio e, ainda, da vontade de realizar um grande sonho. A casa está pronta e habitada. Marca toda a paisagem e desde que existe tem sido muito fotografada e visitada por outros arquitectos, estudantes e amantes de arquitectura. Tenho pena de não a saber fotografar (nem ter máquina para isso) porque estas imagens são muito artesanais e, por isso, muito pobres quando comparadas com a riqueza dos ângulos e detalhes de uma casa onde tudo é luz e depuração. Em todo o caso aqui fica a 'Casa de Leiria', como já é conhecida, com a marca Aires Mateus. Parabéns Carla e Fernando!
Vou muito em breve visitar pela primeira vez o Museu
de Foz Côa e apetece-me muito esta visita guiada. Os
próprios arquitectos vão mostrar-nos o espaço e acho
um privilégio sem tamanho tê-los como cicerones. No
dia em que o Camilo Rebelo e o Tiago Pimentel derem
este passeio connosco eu prometo fazer a reportagem!
P.S. : Esta foto também foi tirada pela Seona Neilson.
Sempre gostei de observar as mãos e os gestos dos artistas e criadores de cujas mãos sai a obra. Fascinam-me as mãos dos escritores, dos escultores, dos pintores e dos arquitectos, mas não só. Também admiro as dos que trabalham a terra e as dos que fazem nacer crianças ou cuidam de novos e velhos. Enfim, gosto de mãos e detenho-me quase sempre nelas. Acho-as bonitas, só por isso.
Gravei uma entrevista com o arquitecto Eduardo Souto de Moura, no seu atelier, para publicar no jornal i e confesso que adorei a conversa. Eduardo é um contador de histórias e um homem muito profundo. Fala de maneira simples e directa e o que diz interpela e faz pensar. Estava em vésperas de partir para uma grande viagem mas, mesmo assim, falou como se tivesse todo o tempo do mundo.
Eduardo Souto de Moura é o homem de quem se fala no momento. Por causa do recém-inaugurado Museu Paula Rego (a artista prefere chamar-lhe Casa das Histórias) está outra vez na ribalta. Mas, na verdade, o arquitecto é um homem de quem se fala sempre. Pela solidez e coerência da sua obra e pela novidade e qualidade dos seus projectos. É, como agora se diz, um homem 'muito à frente'.
Camilo Rebelo, arquitecto de 37 anos, é o autor da iniciativa Swissport2009. Entrevistei-o para o i e foi uma das melhores Conversas em Agosto que publicamos no jornal este Verão. Conheço bem a obra e o arquitecto, de quem sou muito amiga, e posso garantir que a marca que imprime em tudo o que faz e organiza é sempre uma chancela de qualidade. Começou cedo a sua carreira, no atelier de Souto Moura, e trabalhou com depois na Suíça com Herzog & de Meuron, os criadores da Tate Modern e do Estádio de Pequim. Camilo Rebelo dá aulas na faculdade, no Porto e em Lausanne, e faz conferências em todo o mundo. É co-autor, com Tiago Pimentel, do Museu do Côa, e é o anfitrião destes dois dias de conferências sobre arquitectura a decorrer na Casa da Música, no Porto. Deixo aqui o link directo para a entrevista que lhe fiz e recomendo vivamente a quem se interessar por arte contemporânea, arquitectura e modernidade. Vou voltar à Casa da Música de onde só saio para ir fazer uma entrevista ao arquitecto Eduardo Souto Moura, para publicar em breve no jornal i. Estes dois dias estão a ser um privilégio e, como diz e bem o Augusto K, é óptimo que estas iniciativas também sirvam para descentralizar e diversificar.
P.S.: a fotografia é do Pedro Azevedo, do i.
O senhor careca de óculos escuros que está a olhar para mim enquanto tiro a fotografia é o célebre arquitecto suíço Jacques Herzog, que trabalha em parceria com Pierre de Meuron. Herzog veio fazer uma conferência à Casa da Música, no Porto, onde decorre o encontro Swissport 2009. Herzog, Siza e Souto Moura foram os speakers da tarde e foi um prazer ouvi-los falar do processo de concepção e construção das suas obras. Adoro os detalhes do processo criativo dos artistas e confesso que me emociona conhecê-los de perto. sobretudo quando são artistas que admiro, como é o caso destes três arquitectos. Muitos parabéns ao Camilo Rebelo (na foto é o que está de costas, de blazer e jeans), pela iniciativa Swissport que reune no Porto um leque de arquitectos de luxo. Hoje e ontem as minhas crónicas do jornal i estão tomadas por estas conferências e, por isso, não me alongo aqui para não me repetir.
A ESAD, nas Caldas da Rainha, é mais conhecida lá fora do
que cá dentro. Fora do país, quero dizer. Acontece a muitos..
O edifício da Escola Superior de Artes e Design foi desenhado
por Vitor Figueiredo, arquitecto que ganhou o Prémio Secil mas
se recusou a ir recebê-lo por ter tido um enorme desgaste com
os avanços, recuos e pausas na construção deste seu projecto.
Os alunos da ESAD ocupam o espaço de forma muito criativa
e dinâmica e isso faz toda a diferença numa escola de artes..
As salas de aula têm janelas rsagadas ao comprido e a luz
torna o espaço mais amplo e luminoso mas, também, mais
frio no Inverno. Por dentro, a escola parece de cinema ou um
cenário de performance artística mas por fora está degradada.
Os materiais usados na construção nem sempre foram os
melhores e, daí também, a zanga do arquitecto que morreu
há um par de anos. Estive na ESAD com alunos de várias
áreas, desde o design industrial ao cinema de animação, e
tive o privilégio de conhecer Fernando Brízio entre outros, e
de o ouvir falar da sua experiência pessoal e profissional na
ProtoDesign que, depois, deu 'origem' à ExperimentaDesign.
Na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha
aprendem-se e ensinam-se artes variadas e complementares
que passam necessariamente pelos cursos de Cerâmica. Ou
não fosse essa uma das tradições desta região. Apetece voltar
a esta escola de referência onde alguns dos maiores artistas
contemporâneos internacionais dão aulas ou fazem workshops
e onde todos os anos se organiza o First, um acontecimento
que é muito mais do que uma mostra de cinema de animação e
revela jovens autores e realizadores de várias escolas. O First
deste ano terminou hoje com uma festa que sei que está animada.
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