Quinta-feira, 6 de Outubro de 2011
O meu livro com a Gulbenkian sai já no fim deste mês!

 

 

Passei algumas horas com o Jorge Silva, designer gráfico, a acertar os detalhes finais da publicação Entre Gerações, que a Fundação Calouste Gulbenkian vai editar ainda em Outubro. Trata-se de um livro impressionista que documenta as iniciativas intergeracionais dos 7 projectos portugueses apoiados pela Fundação. Acompanhei todos estes projectos ao longo do ano e agora que o ciclo está a terminar faz sentido encerrá-lo com uma publicação de síntese onde fica evidente o trabalho e o espírito de cada equipa.

 

 

Estas fotos foram tiradas em Aveiro, no Parque Infante Dom Pedro, no dia em que uma alameda de árvores antigas se converteu num mundo mágico de sonhos e fantasisas, com árvores dos desejos. Alguns dos papéis pendurados nas árvores continham votos comoventes, mas outros eram hilariantes. Retomo o post que escrevi no próprio dia, para sublinhar dois desejos. Um mais especial e outro mais actual. Na verdade, os desejos de todas as crianças terem um amigo e de o mundo ter mais dinheiro, mais felicidade e menos problemas, são universais.

 

 

A Gulbenkian documenta todos os projectos que apoia, seja em livros, vídeos ou fotografias, e o propósito desta publicação é contagiar mais pessoas e mais instituições e levá-las a criar mais projectos que juntem as diferentes gerações. Quando o livro sair já posso falar e explicar melhor. Até lá já falta pouco!

publicado por Laurinda Alves às 23:17
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Domingo, 10 de Julho de 2011
Orquestras Geração: uma festa e um hino à alegria!

Não resisti e fui ao anfiteatro da Gulbenkian ao fim da tarde ouvir as Orquestras Geração. Foi  uma festa e um momento inesquecível!

 

 

Ouvir estes miúdos tocar e tocar tão bem, é um poema. Muitos deles vivem em realidades difíceis, muito carenciadas, e a música ajuda-os a escapar de destinos muito adversos. A elevação intelectual, emocional e até moral, mais o reconhecimento social dos seus talentos, constituem um estímulo incrível para vencer obstáculos e ganhar confiança em si mesmos. O anfiteatro estava cheio, a transbordar, de pessoas atentas e entusiastas. 

 

 

Os solistas, por assim dizer, foram extraordinários, mas toda a orquestra é um fenómeno decorrente de outro grande fenómeno no qual se inspira. Falo do Programa das Orquestras Sinfónicas Infantis e Juvenis da Venezuela que, como muitos sabem, faz com que o ensino da música clássica tenha entrado nas favelas com uma naturalidade impressionante. O projecto consiste na criação de uma rede de orquestras nos bairros desfavorecidos da Venezuela, para resgatar as novas gerações e evitar que perpetuem ciclos de pobreza.

 

 

 

Aplaudimos de pé várias vezes e confesso que sou das que bateram palmas a tentar conter as lágrimas, pois tudo aquilo que vimos e ouvimos foi muito comovente. Hoje em dia as Orquestras Geração em Portugal já envolvem cerca de 700 crianças e jovens. É fabuloso ver como em apenas 4 anos tudo cresceu e se multiplicou desta maneira espantosa. Há 4 anos a 1ª orquestra tinha apenas 16 músicos.

 

 

A alegria em palco contagiou naturalmente a alegria na plateia. É giro ver a espontaneidade dos jovens músicos em palco, que tanto dançam enquanto tocam como estão impecavelmente alinhados, com solenidade e rigor. Fui com os meus pais e, ao meu lado, o meu pai comentou: "se fecharmos os olhos não percebemos se estamos a ouvir uma orquestra senior ou junior". Esta é a mais pura das verdades e daí também o sucesso deste programa. Aqui, como na Venezuela, onde o expoente máximo destas orquestras é a Simon Bolívar (orquestrada pelo lendário Gustavo Dudamel com paixão e nervo), estes miúdos tocam como grandes profissionais. Lindo!

 

 

 

 

publicado por Laurinda Alves às 15:08
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Domingo, 3 de Julho de 2011
Beatriz e Juliana, duas das miúdas mais giras de Aveiro

 

A Betriz e a Juliana passaram a tarde no Parque da Cidade de Aveiro e saíram de lá com duas plantas num copo de terra, para as fazerem crescer em casa, mais duas carteiras para guardar moedas, feitas com materiais reciclados, que elas próprias cortaram e armaram com divisões e um fecho. As carteirinhas delas foram feitas com restos de pacotes de leite, mas ninguém diria. Pedimos aos pais autorização para as fotografarmos e aqui ficam as duas irmãs a mostrar as suas obras de arte e os seus vasos improvisados. Muito queridas, estas miúdas. Lindas.

 

 

publicado por Laurinda Alves às 23:17
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A árvore dos Desejos no paraíso do Parque de Aveiro

 

Mais um dia de trabalho bem passado, desta vez no Parque Infante Dom Pedro, em Aveiro, com a equipa do projecto Entre Gerações/Gulbenkian. Concluímos hoje neste pequeno-grande paraíso as reportagens no terreno com os sete projectos. 

 

 

Percorremos o Parque da Cidade, que também ficou conhecido pelo Parque da Macaca na altura em que existia uma macaca enjaulada e era uma atracção para os habitantes de Aveiro (a propósito, lembrei-me imenso da Moura Aveirense esta tarde!), com as anfitriãs do projecto intergeracional que, ao longo deste ano, se empenharam em revitalizar um parque muito belo, mas também com partes decadentes ou aparentemente abandonadas.

 

 

 

Uma das actividades promovidas no parque foi pendurar nas árvores os desejos dos mais novos e dos mais velhos, escritos pelos próprios. Durante algumas semanas a alameda de tílias esteve repleta de papéis ao sol, ao vento e até à chuva, mas hoje ainda havia bastantes desejos pendurados. Alguns deles curiosos, outros muito eloquentes das prioridades de quem os escreveu...

 

 

A Adriana, a assistente de fotografia da Isabel Pinto que hoje nos fez companhia em Aveiro, procurou nas Árvores dos Desejos os que lhe pareceram mais ternos ou mais divertidos. Aqui fica um dos mais queridos que encontramos: "desejo que todas as crianças tivessem um amigo".

 

 

 

 

publicado por Laurinda Alves às 22:48
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Entre Gerações ontem no Intendente e hoje em Aveiro

 

A Isabel Pinto a fotografar a instalação dos textos e ilustrações que contam as histórias de algumas das pessoas que se envolveram no projecto TOCA, ao longo deste ano. Este projecto é uma das 7 iniciativas intergeracionais que a Fundação Gulbenkian apoiou durante um ano, sobre as quais eu e a Isabel Pinto vamos publicar um livro que fique como documento e testemunho inspirador para que outros possam replicar estas ou outras ideias que toquem várias gerações.

 

 

No terraço da Casa dos Amigos do Minho, houve momentos comoventes ao longo da performance de dança e leitura em voz alta de uma das histórias mais bonitas do TOCA: A Senhora de Sabão. Não posso dar aqui muitos detalhes sobre esta e outras histórias de vida, pois tudo isso pertence à matéria da publicação em curso, mas posso garantir que o trabalho de animação cultural, de relação entre gerações, e de integração social feito pelo TOCA no Intendente, é admirável sob muitos pontos de vista. Merece ser conhecido e divulgado.

 

 

Quando terminou a récita, digamos assim, todos descemos para o Largo do Intendente para um fim de tarde com dança de chão e música. Estava vento e pôs-se frio, mas nem por isso as pessoas dispersaram antes de tudo ter acabado. Hoje eu e a Isabel Pinto vamos para Aveiro fotografar o último dos 7 projectos Entre-Gerações e a partir de amanhã começa a fase só de escrita. Vai ser bom, mas também vai ser um exercício exigente e delicado de sistematização e síntese de toda a matéria relativa a todo o ano de cada um destes projectos. Espero sinceramente ser capaz de revelar cada um em toda a sua diversidade e abrangência.

 

 

 

publicado por Laurinda Alves às 11:39
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Segunda-feira, 27 de Junho de 2011
Na recta final do projecto Gulbenkian com a Isabel Pinto

 

Esta semana marca o fim de um ciclo do meu trabalho em parceria com a Isabel Pinto nos projectos Entre Gerações da Fundação Calouste Gulbenkian. No sábado e no domingo fazemos as duas últimas reportagens fotográficas, em Lisboa e Aveiro, para o livro que estou a escrever e vai ficar como testemunho de um ano de actividades e iniciativas intergeracionais financiadas pela Fundação. A Gulbenkian documenta todos os projectos que apoia, seja em livro ou vídeo, e nesta lógica convidou-me a escrever a publicação sobre os 7 projectos Entre Gerações. Tem sido um tempo muito rico e uma experiência radical acompanhar todos estes projectos. Cinco são fora de Lisboa e dois são aqui nesta cidade. De Bragança a Beja, passando por Foz Côa, Aveiro e Leiria, as acções que envolvem várias gerações multiplicam-se e contagiam os que estão próximos. É bom saber que tantas pessoas se empenham em construir pontes entre mais velhos e mais novos, e é muito estimulante perceber que todas estas experiências e actividades podem ser replicadas em qualquer lugar, seja em que ponto do país for. Nas imagens de cima e de baixo a Isabel Pinto, fotógrafa, faz uma pausa para uma long distance call num dia de calor intenso vivido entre nuvens de crianças e avós de muitos netos. Tem sido um privilégio enorme fazer este trabalho com as equipas apoiadas pela Gulbenkian, com a Susana António e com a Isabel Pinto. Espero que em breve possamos voltar a trabalhar juntas e embora ainda estejamos juntas a trabalhar nesta recta final, já tenho saudades destes tempos!  

 

 

publicado por Laurinda Alves às 00:55
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Quarta-feira, 15 de Junho de 2011
Projecto Entre Gerações na Alta de Lisboa

 

Filme do meu primeiro dia de trabalho fora de casa desde o dia 2, o dia do acidente do Martim: um passeio nos jardins e prados do Museu do Traje, onde fizemos um pic-nic, uma ida a escolas da zona da Musgueira, uma visita ao futuro Parque Agrícola da Alta de Lisboa e um encontro na Quinta das Conchas. Tudo isto porque a Avaal tem um dos sete projectos Entre Gerações apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian, que aposta em reforçar os laços entre as gerações mais novas e mais velhas.

 

 

 

Os miúdos da escola interessaram-se por tudo o que Rui Costa, o arquitecto paisagista do Museu do Traje, lhes explicou sobre as hortas, sobre as plantas e as árvores centenárias dos jardins, e é curioso ver como um bom mestre pode deixar sementes nos discípulos, pois dois destes miúdos disseram que um dia gostariam de ter uma horta. Pode ter sido um impulso do momento ou o reflexo de um dia bem passado, não sabemos, mas é um facto que este dia ficou muito marcado por um tempo de relação e de ligação entre pessoas que habitualmente vivem em mundos e tempos separados.  

 

 

No terreiro do Museu do Traje, depois do passeio e do pic-nic, as senhoras descansam nos bancos enquanto os adolescentes se juntam aos pares ou em grupos animados e, sem cerimónia, conversam sobre as coisas próprias das suas idades. A naturalidade com que uns e outros se relacionaram ao longo do dia revelou o trabalho de meses da Avaal, uma associação que promove o verdadeiro encontro entre gerações. Jorge Cancela (na foto de baixo), arquitecto paisagista e um dos fundadores desta associação, é também o seu grande motor. 

 

 

 

Jorge Cancela conversa com Krista Harper, antropóloga norte-americana e professora na Universidade de Massachusetts, sobre a essência e objectivos de actividades como as de hoje. Krista é uma referência em matéria de ecologia e agricultura urbana e é fascinante ver como em menos de 6 meses aprendeu a falar correctamente português, e juntou a sua ciência e experiência a este projecto. Neste momento é um pilar da associação, mas também um critério de fasquia alta, e alguém que já conhece quase tão bem como os próprios moradores a vida, usos e costumes dos micro-bairros da Alta de Lisboa.

 

 

O dia foi longo e muito animado e terminou numa das escolas onde a Avaal tem projectos de hortas com crianças e os seus avós. Não posso dizer muito mais do que aquilo que já disse pois tudo isto será, mais à frente, parte da substância da publicação que estou a preparar com a Fundação Calouste Gulbenkian. Fica o essencial, sem dizer de mais nem de menos. 

publicado por Laurinda Alves às 22:27
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Segunda-feira, 9 de Maio de 2011
Isabel Pinto: talento em movimento

 

Continuo a viajar pelo país com a fotógrafa Isabel Pinto, por causa dos 7 projectos Entre Gerações, apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian, com os quais estamos a trabalhar. Desta vez estivemos em Bragança, em breve estaremos em Leiria, Aveiro e Beja. Depois voltamos a Lisboa, pois 2 destes 7 projectos têm sede e concretização nesta cidade. Deixo aqui uma fotografia que tirei à Isabel na praça central de Bragança para sublinhar uma coincidência: no post anterior escrevi sobre o filme América, realizado pelo João Nuno Pinto, e agora escrevo sobre a Isabel Pinto. A coincidência de apelidos justifica-se por serem irmãos, mas o mais curioso é a qualidade de talentos de toda esta família... 

publicado por Laurinda Alves às 00:03
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Sexta-feira, 25 de Março de 2011
Recordações da Casa Vermelha

 

É impossível não ficar com recordações desta casa pela vida fora. Primeiro pela hospitalidade da Luz, a senhora que nos acolheu como se fôssemos da família; depois pela beleza, cores e enquadramento; finalmente porque é isto que deve ser o espírito do Turismo de Habitação. Fazer os hóspedes sentirem-se em casa, quero dizer. Trabalhámos longas horas pela noite dentro no computador a Isabel a descarregar e tratar milhares de fotografias, a Susana a orientar os projectos e eu a dar forma às entrevistas e informação, e tivemos sempre a sensação de que a casa também era um bocadinho nossa, pois a cozinha e as salas estiveram sempre abertas às nossas necessidades, horas e desoras. Quando voltar a Foz Côa volto para a Casa Vermelha.

 

publicado por Laurinda Alves às 17:43
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Douro vintage

 

A retrosaria de Maria Fernanda e Júlio Ivo Pereira Necho foi um dos plateaux das gravações e entrevistas de ontem. Tal como já aconteceu no passado recente, não posso divulgar muita coisa sobre o trabalho que estamos a fazer pois o sigilo profissional também se aplica aos livros e publicações, mas como sabem estou a colaborar com a Fundação Calouste Gulbenkian no Programa de Desenvolvimento Humano EntreGerações e esta vinda a Foz Côa tem a ver com a recolha de testemunhos e histórias de vida que os alunos dos 7º e 12º anos envolvidos no Projecto Arquivo de Memória. Ontem acompanhámos os alunos e professores ao longo de todo o dia, estivemos no lar da 3ª Idade da Santa Casa da Misericórdia e acabámos a tarde no Museu do Côa. Hoje vamos estar numa aldeia próxima de Foz Côa, onde os estudantes vão passar a tarde em convívio com pessoas mais velhas, com memórias e lembranças de outros tempos. Adoro estar aqui e conhecer todas estas pessoas. Como este projecto e esta publicação estão em curso, nem sequer posso mostrar imagens dos alunos pois ainda não foram escolhidas as que vamos usar no livro e, por isso, aqui fica meia equipa no backstage, primeiro a recolher informação e depois na conversa alegre à despedida. O efeito vintage das fotografias tiradas pela Isabel Pinto é propositado, pois tudo neste lugar era um filme. Lindo. Obrigada ao Sr. Júlio e à sua querida mulher pela hospitalidade e pelos testemunhos tão verdadeiros e ricos.

 

publicado por Laurinda Alves às 11:29
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