Sábado, 7 de Junho de 2008
Francisco Garcia parte hoje para retiro de 3 anos

 

 

Num dia de nervos e preparação psicológica para o jogo inaugural de Portugal no primeiro dia do Euro 2008, todos os caminhos vão dar à Suíça. Ou quase.

 

Há quem se prepare para percorrer uma distância semelhante numa latitude parecida, mas com uma atitude oposta. Soa demasiado cifrado? Eu explico.

 

Francisco Garcia, engenheiro, 44 anos, professor no Instituto Superior Técnico, parte hoje mesmo para a Dordogne (França) para um retiro budista de 3 anos. Sem nervos, com muita calma, tranquilidade e assurance interior, Francisco está neste momento a acabar de fazer a mala para apanhar o avião da tarde e 'aterrar' em Chanteloube, numa terra muito bonita entre Bordéus e Toulouse.

 

Durante os próximos três anos Francisco vai meditar e aprofundar com Mestres e orientadores as práticas budistas tibetanas que já fazem parte do seu dia-a-dia há quase dez anos. Francisco fez esta opção de largar tudo e partir porque sente que precisa de mudar radicalmente de padrão de vida, de reconfigurar os seus modelos de bem-estar e de largar uma série de vícios e imagens distorcidas do mundo e da realidade à sua volta.

 

A escolha deste caminho não é emocional, muito pelo contrário, é uma escolha de 'razão pura'. Na lógica de Francisco e dos Mestres budistas tibetanos, é também um caminho de libertação das emoções negativas e de tudo aquilo que impede o conhecimento e a Iluminação.

 

Para quem a meditação faz sentido, para quem é sensível à mensagem do Dalai Lama e para quem as práticas budistas tibetanas não se confundem com 'aquelas coisas muito zen' ou com 'aqueles exercícios estranhos de levitação e assim', aqui fica uma entrevista de 6 minutos que se ouve como se fossem apenas 2, de Francisco Garcia a poucas horas da sua partida para a Dordogne. Bom retiro e até daqui a 3 anos!

 

 

publicado por Laurinda Alves às 10:21
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7 comentários:
De joseph a 7 de Junho de 2008 às 12:08
3 anos?? não consigo conceber isto como uma atitude correcta. é verdade que o domínio ou gestão das emoções é importante para uma pessoa atingir um certo bem estar. mas não atingido por este género de mecanismos tão drásticos.

as nossas ligações ao mundo são o que dão sabor à vida. e as flutuações das emoções são o que tornam essas ligações fortes e coloridas. e no fundo, que tornam a vida magnífica.

quebrar essas ligações durante 3 anos é uma ilusão de bem estar. para mim é como transformar, num longo período, o dia em noite, o verão em inverno, a comida em algo insípido.

somos humanos na relação com os outros. este afastamento durante tanto tempo não me parece saudável.

gerir as emoções negativas, sim. mas é crucial consegui-lo no nosso dia-a-dia , em ambientes normais e não artificiais. na nossa família, trabalho, grupo de amigos, nos nossos momentos sozinhos e nos nossos momentos acompanhados.

depois deste afastamento viria era mais deprimido. por ter estado afastado de quem amo, por estar 3 anos mais velho e ter desperdiçado as alegrias (e tristezas, claro) do convívio de quem nos é importante.

De Marta Martins a 7 de Junho de 2008 às 20:32
Neste mometo da minha vida, também sinto que todos os meus modelos "faliram" e os que observo à minha volta, não me atraem ou não me motivam...Resta escolher alternativas, resta procurar outras formas de vida. Esta pode ser uma delas, compreendo-a bem. Existem outras...
Boa viagem e que seja um bom caminho!
De Fernando Vasconcelos a 10 de Junho de 2008 às 23:19
Também eu como Joseph tenho dificuldade em compreender. Não sei se será uma atitude correcta ou não, não faço ideia. Mas admito que tenho dificuldade em compreender.
De pedro a 3 de Março de 2009 às 15:44
o IST queimou-te o cerebro todo....eu percebo
De Rodrigo a 14 de Dezembro de 2009 às 18:38
É uma decisão bem madura, até porque os mestres que permitiram não são marinheiros de primeira viagem. Para as pessoas imersas na vidinha convencional, submersas nas mazelas do ego até pode parecer absurdo. Mas para indivíduos que chegaram a um nível de maturidade deste deve ser até algo natural. Penso não se tratar de uma escolha, mas uma consequência, pois o retiro não para evoluir o ego, mas num treinamento de coneção com o universo de retorno a consciência universal. E o que deve sair do retiro é uma pessoa que terá uma mente bem mais ampla e que deverá dar boas referencias aos que lhe critucaram.
De Lucas a 4 de Outubro de 2011 às 13:28
super interessante. Super interessante seria também a realização de uma segunda entrevista após o regresso. Alguém sabe se já regressou?
De filipa santos a 1 de Janeiro de 2012 às 12:20
Ainda não regressou, pois o pai dos meus filhos tb está nesse retiro e só deve voltar para Abril ou Maio.
Filipa F. Santos

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