FAZ HOJE 14 ANOS QUE O SALVADOR TEVE O ACIDENTE QUE O DEIXOU TETRAPLÉGICO. Hoje mesmo foi lançada a nova campanha de prevenção rodoviária da Associação Salvador. O vídeo realizado por Marco Martins é extraordinariamente comovente, mas também muito impressionante e até chocante. Ainda bem que todos tiveram a coragem de o fazer, porque a campanha SE BEBERES NÃO CONDUZAS tem que ter um impacto radical em todos nós. Nesta lógica, os criativos escolheram o caminho mais certo ao recriarem a vida que o Salvador poderia estar a viver se não tivesse sofrido um acidente que o deixou tetraplégico, em cadeira de rodas e dependente dos outros para quase tudo. Tinha 16 anos, tinha saído à noite e tinha bebido uns copos. Só isto. Nunca lhe passou pela cabeça que num minuto a sua vida mudaria para sempre.
Laurinda: O vídeo é tocante, tem razão. E nunca, nunca é demais apelar à responsabilidade. Bem haja Salvador que, da sua tragédia pessoal, conseguiu ser bom exemplo e contribuir civicamente para a sociedade. Um cidadão exemplar. Abraço Marta M
Saúdo a coragem do SAlvador, a sua bondade, a sua inteligência; saúdo aquilo em que transformou a sua vida tornando-a exemplar; saúdo a sua compaixão pelos outros, o seu amor pelos outros, a sua dedicação, o seu SORRISO para todos nós. Bom dia, Salvador!
Eu tenho as minhas dúvidas sobre se estes vídeos chocantes são eficazes. Há anos que se chocam as pessoas com vítimas de acidentes, sem resultados visíveis. Não seria melhor mudar de estratégia? Recordo os anos 70/80, em que não havia maneira de convencer os portugueses a usarem cinto de segurança. Até que houve um spot que mostrava pilotos de rally e fórmula 1 a apertarem o cinto, mal entravam no carro. Nunca mais um português deixou de o usar! Por isso, me pergunto: para casos destes, não seria melhor pôr pilotos famosos (os portugueses pelam-se por eles) a dizerem coisas como: "Eh pá, não bebas antes de conduzir. Se eu o fizesse, não ganhava prova nenhuma"; ou "Eh pá, não dês gás em estradas onde haja peões, alguns deles, crianças. Faz como eu: só dou gás em pistas cortadas ao trânsito, preparadas para o efeito." Não seria melhor? Gostaria de dar estas sugestões aos responsáveis por campanhas deste tipo, mas, infelizmente, não conheço ninguém. Talvez a Laurinda conheça...
Faço minhas as palvras de Zilda Cardoso, pois também admiro muito a coragem, o exemplo, as acções e o sorriso do Salvador. Não concordo nada com o " É pá" sugerido por uma comentadora, pois o assunto é sério e, afinal, não nos conhecemos todos uns aos outros para utilizar esse tipo de linguagem, da qual, pessoalmente, não gosto.
Não quis tirar o mérito ao Salvador, nem diminuir a sua coragem. Também subscrevo os comentários anteriores ao meu. Por outro lado, quero chamar a atenção para que campanhas destas não chegam!!! Há anos que se fazem, sem resultados práticos e talvez fosse boa ideia pensar numa nova estratégia. Com "Eh pás", ou não! Ao escrever isso, estava mais a pensar nos jovens que, pela sua energia e vontade de experimentar coisas novas, são mais suscetíveis de ter acidentes deste tipo. Talvez apreciassem uma linguagem mais informal. E toda a gente sabe que os jovens são muito recetivos às palavras dos seus ídolos. Era apenas uma ideia...
Grande licão deste Senhor, e também, generosidade para o seu semelhante.
Mas, realmente,devido à formação de muitas pessoas, estas, não se põem , por sistema,no lugar dos outros.Só se os outros forem heróis da moda. Só se, não der muito trabalho a "pensar" e a "imaginar"... Só se o exemplo não se apresentar de cadeira de rodas, pois "isto" de cadeira de rodas, não é para eles!, ... Então, esta senhora que exemplifica acima, alertas mais «populares»,tem a sua razão de ser, infelizmente.
Pois, as campanhas deste tipo acabam, "apenas", por sensibilizar as pessoas mais conscienciosas, que dificilmente conduzirão sob os efeitos do álcool. O público alvo fica indiferente, é mesmo assim.
Acompanho regularmente o seu blog e hoje é a primeira vez que comento. Ainda que reconheça o valor do testemunho do Salvador e perceba o intuito da campanha agora lançada, não posso deixar de manifestar a minha profunda discordância com a mesma, pois só vem reforçar os esterótipos e preconceitos associados às pessoas com deficiência. Na minha opinião, a imagem que a campanha passa é que uma pessoa com deficiência, nomeadamente adquirida como é o caso do Salvador, não pode constituir família ou praticar desporto, quando não é de todo verdade. Trabalho numa organização que presta serviços a pessoas com deficiência e conheço casos reais de pessoas que, tendo visto a sua vida a alterar-se após o acidente, não deixaram de lutar pelos seus sonhos e tiveram filhos, praticam desporto, dançam, exercem uma profissão, etc. Assim, é caso para dizer que os sonhos não morrem, podem é ter que ser adaptados à nova realidade. Creio que foi isso que o Salvador fez e faz, mesmo que a campanha não transpareça essa mensagem. Boas férias!
exemplar e admirável, a valia e o jeito sereno que só o salvador sabe o que encerra. como bem diz a Sancha Trindade aqui: http://acidadenapontadosdedos.com/2012/08/06/e-se-salvador-nao-tivesse-tido-o-acidente/ , o silêncio é a melhor homenagem que podemos prestar-lhe. que força, exemplar e (quanto a mim) eficaz!! um abraço, dg