Fim-de-semana cultural no País Basco: primeiro o Museu Guggenheim, em Bilbao, para ver a exposição retrospectiva de Anish Kapoor, um dos meus artistas preferidos. Há anos e anos que vou vendo as suas peças e instalações de forma avulsa, uma na Tate, outra em NY, outra em Chicago e por aí adiante... Desta vez o Guggenheim abriu todas as salas e galerias do 2º piso para acolher as obras mais expressivas de Kapoor.
Antes de entrar no museu, damos uns passos mais atrás para ver como evolui o cão de Jeff Koons. Adoro este cão orgânico, o seu tamanho descomunal, o mix de flores e plantas de que é feito. Não faço a menor ideia de quanto custa a manutenção de uma escultura tão viva como esta mas acho-a uma festa.
À entrada, logo no hall central, três Vénus colossais de um artista que mal conheço: Jim Dine. A obra tem um título eloquente: Three Red Spanish Venuses. O impacto destas esculturas é brutal.
Na galeria central do piso de entrada continuam as esculturas de ferro de Richard Serra. Apaixona-me o seu minimalismo e a maneira como ele nos propõe novos caminhos. Percorrer os seus labirintos de ferro ou avançar por dentro da sua Serpente, por exemplo, são experiências que permitem ter outras perspectivas do espaço. Fascina-me a escala de Serra, a sua depuração e a elegância com que molda o ferro, fazendo-o parecer incrivelmente leve e flexível.
Os 'C Curvos' de Anish Kapoor são um dos seus muitos ícones. Na sala dos espelhos estão o Sky Mirror, os C Curves, alguns espelhos convexos e outros que esticam, encolhem e distorcem a figura, proporcionando uma série de emoções que tanto nos lembram experiências da nossa infância (como as salas de espelhos de algumas feiras, por exemplo), como nos fazem sentir noutra realidade. A foto de baixo está muito fluida mas é também essa a sensação que temos perante estes espelhos...
Anish Kapoor é um dos artistas mais influentes do nosso tempo e tem uma obra admirável que vai de pequenas peças em que usa os coloridos pigmentos indianos, a instalações de grandes dimensões que ocupam o espaço público de ruas e avenidas em cidades muito cosmopolitas. Adorava conhecer pessoalmente o Anish Kapoor e ainda não perdi a esperança de o entrevistar. Sou pouco dada a idolatrias mas de alguma forma sinto que ele podia ser um dos meus ídolos...
Na foto de baixo vê-se um canhão que dispara balas de cera pigmentada de vermelho-sangue. Esta instalação é muito interpeladora e obriga-nos verdadeiramente a parar. De vez em quando um assistente de Kapoor aparece vestido de fato-macaco cinzento para disparar uma bala contra a parede do canto e o estrondo que se ouve em todo o Guggenheim é assustador.
Numa outra sala há uma escultura amarela que parece um enorme quadro e apetece contemplar demoradamente. À medida que nos aproximamos percebemos que não se trata de uma tela mas de um quadrado de uma espécie de cimento que tem no centro um buraco que dá a ilusão de ser um sol. Acho o amarelo fabuloso e a ilusão óptica muito inspiradora. Há quem fique parado longos minutos sem se mexer, a absorver a vibração e o calor deste sol...
Fora do Museu há esculturas e performances. Uma delas são os fumos que se levantam do espelho de água de vez em quando. Muito bom.
Comecei por dizer que primeiro fomos ao Guggenheim e agora digo que depois veio a Fundação Chillida e não só. Vou dando notícias.
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