
Por iniciativa conjunta do CDS-PP e do BE, começou ontem na Assembleia da República um importante debate sobre a necessidade de criar uma rede de Cuidados Paliativos no país. Fiz voluntariado de cabeceira numa Unidade de Cuidados Paliativos durante quase dois anos seguidos. Suspendi este voluntariado em 2009 por ter feito um ano de campanha on the road pelo MEP, e em 2010 por ter passado mais de meio ano fora de Portugal a entrevistar portugueses com talento para a minha série de programas. Espero em breve poder retomar este voluntariado semanal, mas enquanto isso não é possível vou estando próxima das pessoas que trabalham nesta área. Na primeira semana de Outubro é lançado um livro sobre Cuidados Paliativos, no qual também participei, que tem como objectivo despertar a consciência para a urgência de uma rede nacional de CP. Para já, espera-se que esta discussão entre políticos e legisladores sirva para instituir mais e melhores cuidados de saúde para doentes terminais, crónicos e incuráveis. É importante perceber que estes cuidados são essenciais na doença, seja ela breve, prolongada ou terminal. Algumas pessoas ainda pensam que os Cuidados Paliativos se destinam apenas a velhos e moribundos, mas não é verdade. É uma forma de medicina avançada, que envolve inúmeras especialidades e especialistas e minimiza o sofrimento físico e emocional dos doentes e suas famílias. Podem e devem ser aplicados a bebés, crianças, jovens, adultos e pessoas mais velhas, portanto. Já disse muitas vezes, mas não me canso de repetir, que se algum dia estiver doente e/ou internada, quero ter direito a Cuidados Paliativos prestados por cuidadores formados e especializados. Sei por experiência própria, à cabeceira de dezenas de doentes que esta é uma medicina humanizada e humanizante, e conheço os seus efeitos terapêuticos. Em Cuidados Paliativos não há doentes 'agarrados às máquinas' nem em sofrimentos físicos indizíveis. Muito pelo contrário, atenuam-se as dores e o sofrimento, e estimula-se toda a autonomia possível.
De Rita a 17 de Setembro de 2010 às 12:15
Querida Laurinda, estou de acordo com todas as suas palavras.E porque também eu estive á cabeceira do meu pai um ano, sabendo já que era incurável,vi e presenciei muitas histórias em cuidados paliativos.E num hospital público, ninguém se preocupa com o bem estar psicológico destes doentes.Apenas retirar as dores é importante e muitas vezes essa força que não havia ali, era eu que a dava.Ao meu pai e a muitos doentes por perto.Mas isto também me ensinou muito e por esse motivo encontro-me longe de casa como voluntária, na Roménia e vou estar em breve na Turquia, a trabalhar com estes doentes.Faz todo o sentido para mim.
Muito obrigado.
Um abraço,
Rita, Juventude Hospitaleira
De
patti a 17 de Setembro de 2010 às 12:23
E neste fim-de-semana começo finalmente o meu curso de voluntariado de Cuidados Paliativos.
Estou numa enorme expectativa!
De Fátima Suzana a 17 de Setembro de 2010 às 14:16
face ao texto que escreveu sobre cuidados paliativos e sendo um tema que bastante me interessa , aliás depois do luto constitui-se uma associação de apoio ao doente e seus familiares e amigos em Cuidados Paliativos, com sede na Casa de Saude da Idanha - Belas, onde existe uma Unidade de Cuidados Paliativos que considero do melhor k existe´em Portugal e donde vi partir a minha filha.
Quero dizer-lhe que nós Associação "Afectos Prá vida", vamso comemorar o dia mundial dos cuidados paliativos com várias iniciativas (pk lhe dedicamos 1 semana) sendo que uma delas será um debate sobre a alteração constitucional que se advinha e, pretendemos que no seu artº 64º seja incluido o direito aos cuidados paliativos para todos.
De Anónimo a 17 de Setembro de 2010 às 16:36
Cara Lourinda ,
Perdi o meu enteado no início de Agosto depois de um ano de luta contra uma reincidiva de um linfoma . Estava a ser acompanho no IPO de Lisboa. Apesar de no final já se encontrar muito debilitado, não houve preparação espiritual para o seu fim. Cuidados Paliativos foi algo que nunca foi mencionado neste doloroso processo. Ele faleceu de madrugada em agonia na companhia da tia que é médica, pois o médico que estava administrar a morfina tinha-se enganado na dose e como estava a dormir a enfermeira de serviço não tinha autorização para administrar mais medicamento. Felizmente que à sua cabeceira estava uma tia médica que pode autorizar assumindo toda a responsabilidade! É sofrimento a mais...Quando oiço estes relatos dos cuidados paliativos, etc. fico a pensar...Onde estão?
É justamente por haver demasiadas pessoas a sofrer dessa forma desumana que os Cuidados Paliativos têm que existir para todos e ser gratuitos. Ou seja, não podem ser apenas para um grupo de privilegiados (seja porque moram nos grandes centros urbanos ou porque podem pagar hospitais e clínicas privadas), têm que existir e ser prestados como os cuidados ao nascer. Hoje em dia não passa pela cabeça de ninguém que não haja cuidados específicos para assistir ao nascimento (para a mãe e para os bebés, note-se) e se estes cuidados específicos e especializados existem no início da vida, porque não na fase terminal ou durante a doença? Muito obrigada pelo seu testemunho. Eu também me fiz voluntária em CP por ter estado à cabeceira de dois afilhados meus (com 10 e 18 anos) que tiveram cancro e sofreram o que Deus sabe. Isto, para não falar de um grande amigo meu que morreu aos 20 anos num sofrimento impossível de traduzir por palavras. Mas sobre este meu amigo falo neste livro que vai sair agora em Outubro... Um abraço especial e força!
De
Fá a 18 de Setembro de 2010 às 12:47
Tenho o meu querido tio com uma doença do foro oncológico em fase terminal. Em casa com dores horríveis só aliviadas pela morfina que, sob a forma de gotas, lhe administramos através de uma seringa dado que já não tem capacidade de engolir seja o que for. Dói, dói, dói... E querem que eu consiga compreender o sentido do sofrimento? Também este???
Obrigada pela voz e pela escuta.
Bjinho
De
Graça N a 18 de Setembro de 2010 às 15:52
Querida Laurinda
Ainda pelo seu tio um beijinho...
Adorei a entrevista e as coisas simples...
Se bem que é capaz de já ter conhecimento, arrisco partilhar a seguinte informação:
Na Fronteira de Deus e do Mundo
Encontros do Lumiar
2010/2011
Reflexão - Celebração
15,30 H. CONFERÊNCIA
seguida de debate e intervalo para o chá
EUCARISTIA
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Querida Laurinda <BR><BR>Ainda pelo seu tio um beijinho... <BR><BR>Adorei a entrevista e as coisas simples... <BR><BR>Se bem que é capaz de já ter conhecimento, arrisco partilhar a seguinte informação: <BR><BR>Na Fronteira de Deus e do Mundo <BR><BR>Encontros do Lumiar <BR>2010/2011 <BR>Reflexão - Celebração <BR><BR><BR>15,30 H. CONFERÊNCIA <BR><BR>seguida de debate e intervalo para o chá <BR><BR>EUCARISTIA <BR><BR class=incorrect name="incorrect" <a>9Out</A> . A estética na fronteira da experiência de Deus <BR><BR class=incorrect name="incorrect" <a>Fr</A> . José Augusto Mourão <BR><BR>13 Nov. A Palavra como fronteira do <BR>silêncio - uma conversa sobre Poesia <BR><BR>Pedro Tamen e Fr . Mateus Peres <BR><BR>11 Dez. A dor, lugar de fronteira <BR><BR>P. José Manuel Pereira de Almeida <BR><BR>8 Jan. Viver como cristãos - a condição homossexual <BR><BR>Rui Aleixo e Pedro Sottomayor <BR><BR>12 Fev. O peregrino e o convertido nas fronteiras da Fé <BR><BR>Dr. Alfredo Teixeira <BR><BR>12 Mar. A luz e o sal: fronteiras nas relações humanas <BR><BR>Dr. Emílio Leitão <BR><BR>14 Maio A fronteira é linha do fim ou do começo? <BR><BR>P. Tolentino Mendonça <BR><BR><BR><BR><BR>
De
Marta M a 18 de Setembro de 2010 às 19:05
Laurinda.
Mais uma vez traz luz e reivindica cuidados essenciais para quem sofre...E só podemos agradecer-lhe essa forma combativa e contínua como o faz.
Há muitos anos que a leio sobre essa questão.
Promover a autonomia possível até ao fim, é manter a dignidade que permite levar esse tempo difícil (prolongado ou não) mantendo aquilo que nos humaniza e é essencial para nós até ao fim: o nosso "eu".
Obrigada Laurinda.
Bom fim de semana
Marta M
De
Marcolino a 19 de Setembro de 2010 às 08:39
Querida Laurinda,
Como visitador Voluntário, decidi que não vou opinar, sobre esta questão tão melindrosa!
Reservo-a para quem é médico, poder decidir com propriedade!
Tudo aquilo que eu possa dizer será empolado pelo meu medo de sofrer, e nunca pelo racional!
Abraço
Marcolino
De
alberto a 19 de Setembro de 2010 às 20:45
Olá.
Parabéns a quem luta por esta causa dos cuidados paliativos, que na realidade temos de ser todos nós!
Eu estou a terminar o mestrado em cuidados paliativos, concretamente na área da espiritualidade e, apesar da pouca experiência que tenho, vejo o quanto a "Dor Total" destes doentes e seus famliraes custa a viver, quando não atendida devidamente!
Por isso façamos algo todos, para ajudar as pessoas que estão a sofrer!
Alberto Mendes (Juventude Hospitaleira)
De Raquel Martins a 20 de Setembro de 2010 às 10:46
A questão dos cuidados paliativos, à semelhança de tantas outras, que ofendem e desprestigiam o sentido de Estado neste país, é mais uma necessidade relegada para segundo plano ( a par de outras importantes, como a integração e o apoio aos deficientes e idosos por ex...) pelos nossos políticos que vivem empenhados em roubarem o erário público e safarem a fartura dos seus bolsos. Assistimos a isto tudo de forma abenegnada e desprendida, num país onde não existe justiça social e moral. Isto só acaba quando nós, portugueses, passarmos a exigir qualidade, responsabilidade e justiça na gestão dos nossos impostos.
Façamos nós uma nova Revolução! Vivo para que esse dia chegue.
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