Quinta-feira, 8 de Outubro de 2009
O Outono, vivido deste lado do Oceano

 

... e a voz do mar encheu o céu e a terra

    Uma voz que está cheia e que se quebra

    E nunca mais acaba.

 

                                            fragmento do poema Tu Dormes, de Sophia, in Obra Poética Volume I

publicado por Laurinda Alves às 01:10
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7 comentários:
De Céu Menezes a 8 de Outubro de 2009 às 12:25
Laurinda,

Sempre que posso continuo a torcer e a acompanhar o seu trabalho, apenas não tem sido possível dar um sinal de vida porque agora tenho outras funções que me retiram grande parte da disponibilidade que tinha mas vou seguindo e bebendo as suas palavras. Da Sophia gosto de imensos poemas...deixo aqui mais uns versos alusivos ao 'MAR' e um poema à Liberdade:
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.

LIBERDADE

Aqui nesta praia onde

Não há nenhum vestígio de impureza,

Aqui onde há somente

Ondas tombando ininterruptamente,

Puro espaço e lúcida unidade,

Aqui o tempo apaixonadamente

Encontra a própria liberdade.

Sophia de Mello Breyner
De Me a 8 de Outubro de 2009 às 12:58
Ó mar salgado, quanto do mar são lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

(Mar Português, in a Mensagem - Fernando Pessoa)
De Zilda Cardoso a 8 de Outubro de 2009 às 16:37
Quanta beleza nesta poesia e quanta beleza no mar, no céu, na terra. Também me apaixonei pelo mar há muitos anos e nunca mais deixei de ter saudades dele. De querer estar perto, de desejar vê-lo e falar-lhe.
Quando leio a poesia de Sophia, sinto-me tão feliz como se estivesse a lê-lo, a vê-lo, a ouvi-lo.
Há muita religiosidade em todo este amor.
De isabel queiroz melo a 8 de Outubro de 2009 às 19:57
... fragil ... transparente... plena...infinita...
como que suspensa no silencio deste som... fico e deixo-me levar ...
De Cristina a 9 de Outubro de 2009 às 02:42
Olá Laurinda
Perfeita a foto, mais que perfeitos os versos.
Um bom final de dia.
Bjs GRANDES para ti
Cristina
PS - Finalmente, quando já não andava à procura tropeçei n' "As memórias de Adriano" na FNAC, uma edição de bolso da Galimard e só 7,28! Por descargo de consciência perguntei sem esperança se tinham a versão portuguesa e afinal até tinham, mas custava "só" 19,00 euros...
Mal por mal vamos ver agora se entre o Hadrien, Roma e o francês não me vejo grega...
Vou precisar de um lápis (este é dos tais livros que é para sublinhar e escrever as frases mais originais no topo das páginas) e de caminho de um dicionário...
1ª palavra: "sournois" (what the hell is this?) - "n'est qu'un monstre sournois qui finira par devorer son maitre"
PPS - esqueci-me de te dizer que te ouvi quando foste à Janela Aberta no RCP e continuas igual à Laurinda que aprendi a admirar, mas a tua voz estava algo trémula.'Távas fraquinha ou estás a andar muito de mota, garota?


De Marcolino a 9 de Outubro de 2009 às 05:57
Bom dia, Laurinda!
Compreendo perfeitamente o fascinio, que todos sentem, com a presença próxima do mar, porque nasci numa praia, bem perto das ondas. Aí vivi toda a minha infância. Depois mudamos de casa, para outra, bem mais nova, bem pertinho das águas calmas de uma enorme baía, onde vivi até aos meus 27 anos, altura em que vim a Portugal, e por cá fiquei, mas bem longe do marulhar e dos perfumes da baixa-mar.
Sempre que posso meto-me nos transportes públicos e lá vou até à beira-mar matar saudades da poesia vinda das ontas do mar.
Quando não posso deslocar-me até lá, encosto, num dos ouvidos, um grande búzio, que me leva a sonhar que dentro do Grande Mar estou.
Dia bem feliz!
Marcolino
De Lurdes a 12 de Outubro de 2009 às 11:51
Bom dia Laurinda,

gosto muito da poesia da Sophia. Aqui fica um dos meus preferidos:

Exílio
Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades

Beijinho
Lurdes

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