Outra notícia aflitiva para todos foi a morte de três crianças numa casa devoluta. Meia hora seguida de telejornais a dissecarem o acontecimento no próprio dia foi brutal. Pior do que os excessos das reportagens só a entrevista feita à mãe ontem no horário nobre do Telejornal. Revelar uma mulher em toda a sua fragilidade e até na ingenuidade de quem acredita que os outros acreditam nas suas palavras é uma maldade. E é uma tentação à qual os jornalistas devem resistir. Não se pode ligar a câmara e fazer perguntas a pessoas em estado de choque ou no auge do trauma. Com mais ou menos consciência, esta mulher perdeu três filhos e é legítimo viver o seu drama à sua maneira. Não se pode explorar a dor dos outros nem tentar provar a ininputabilidade de ninguém desta maneira. Não há direito! As perguntas e o tom da reportagem ontem fizeram-me lembrar uma das entrevistas mais chocantes que vi em televisão no dia em que a ponte de Entre-os-Rios desabou e, no mesmo instante, carros e pessoas foram engolidos pelas águas. Nesse dia alguém chegou perto de um homem que chorava a família inteira desaparecida na tragédia para lhe fazer a única pergunta que não se pode fazer: como é que se sente?
Como é que se podia sentir aquele homem, e como é que se pode sentir agora esta mulher? Sinceramente não sei o que vai na cabeça e no coração dos que se atravessam no caminho dos que sofrem para explorar o seu sofrimento! Nesta e noutras situações dolorosas e delicadas, em que as pessoas são tocadas nas suas fibras mais sensíveis, o silêncio e o respeito são sagrados. De preferência também longe das câmaras e dos focos.
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