Quinta-feira, 8 de Janeiro de 2009
Uma notícia triste num dia de luz

 

 

Parei na Rua do Século para fotografar este muro com limões

de grandes limoeiros que crescem e florescem há anos numa

casa meio abandonada. Nunca vi a casa porque os muros são

altos mas espanta-me a quantidade e a qualidade dos limões.

Quando estava a fotografar o muro recebi uma chamada triste.

Era a notícia da morte do pai de uma grande amiga que é como

se fosse minha irmã. O pai dela foi internado no mesmo fim de

semana da minha mãe, no mesmo piso, no quarto mesmo ao

lado. É uma notícia chocante e uma perda demasiado grande.

Dói muito a dor dos que nos são queridos e ainda mais quando

choram alguém que lhes faz tanta falta. Não sei que diga nem o

que pense. Nestas alturas não há palavras nem sentido. Só dor.

 

publicado por Laurinda Alves às 12:12
link do post | comentar | favorito
14 comentários:
De Augusto Küttner de Magalhães a 8 de Janeiro de 2009 às 13:57
Talvez seja aquele momento de pensar se a Pessoa que agora morreu, soube viver a vida, de forma a estar de bem consigo e com os outros , e isto sem quaisquer conotações religiosas! Se conseguiu ser feliz, se soube dentro do possível fazer os outros felizes, se olhou por si e pelos outros dentro do âmbito que podia ter feito!Se aproveitou o que "aqui" nos é possível aprovbeitar, sem incomodar os outros! Se conseguiu fica a saudade, fica a boa lembrança! Para quem é crente ficará a ideia de que vai "estar" num outro local....
De Joana Freudenthal a 9 de Janeiro de 2009 às 00:11
Augusto, that's what's it all about.
De Augusto Küttner de Magalhães a 9 de Janeiro de 2009 às 15:31
Yes, I think so! It´s what most of us need to do HERE!
De Mónica a 8 de Janeiro de 2009 às 14:30
as rasteiras da vida... fazem-nos cada vez mais acreditar que as pessoas e os momentos que nos rodeiam são demasiado preciosos para passarmos por eles sem os VIVER! Abençoada a eternidade que (re)descobri após a "MINHA RASTEIRA", e que (tal como a Laurinda) também a prefiro ao mundo inteiro... só assim faz sentido!

(adoro as fotos que por aqui vão aparecendo!)
De solnocoracao a 8 de Janeiro de 2009 às 14:56
Tinha tantas saudades e quando aqui chego e li isto... compreendo tanto e tão bem... Na dor querida Laurinda está a esperança... rezo por todos! estou com todos!
Que saudades Laurinda!
Mas eu sei que na dor, por mais estranho que pareça, está a esperança, o sentido e dai brotará a paz e a ternura. O Gibran também fala disto...
Não posso deixar de recordar a Mãe...
Abraço demorado e sentido cheio de ternura e eterno.
De Patricia Morbey a 8 de Janeiro de 2009 às 15:25
Pois é o processo de sofrimento é assim inesperado e extremamente solitário... É assim que vamos evoluindo...Mas como dói!
Apesar de a conhecer como figura pública é como pessoa comum que a admiro e a acompanho no seu blog tão inspirador! E algumas coisas e gostos comuns nos aproximam...como ter mais ou menos a sua idade, ser mãe de um adolescente e sobretudo e cada vez mais valorizar as pequenas coisas da vida ...no fundo é a esses instantes que vamos valorizando mais a Vida! Sei o que é a sensação dessa dor diária quando sentimos que alguém querido vai partindo devagar...no meu caso acompanhei , junto com o meu irmão, o processo de luta da minha mãe contra um Cancro de Pulmão...e também nós lhe demos todo o amor e paciência que uma doença destas requer...admiro-a a si e outras pessoas que se dedicam aos Cuidados Paliativos...sei o quanto é difícil é esse trabalho...mas ainda bem que existem Anjos na terra! Talvez um dia tenha a coragem de poder fazer voluntariado nessa área...neste momento ainda preciso de tempo para sarar as feridas do luto! Mas a gratidão diária é um bom exercício para estarmos em Paz com a vida e ao mesmo tempo esses instantes diários e o olhar de um filho dão-nos a força para enfrentarmos esse sofrimento ... tão solitário!
Nesta altura em que a Dor anda mais presente nos seus dias ...desejo-lhe paciência e força (sei que a tem) e que melhores momentos virão!
Beijinho
[Error: Irreparable invalid markup ('<br [...] <a>') in entry. Owner must fix manually. Raw contents below.]

Pois é o processo de sofrimento é assim inesperado e extremamente solitário... É assim que vamos evoluindo...Mas como dói! <BR>Apesar de a conhecer como figura pública é como pessoa comum que a admiro e a acompanho no seu blog tão inspirador! E algumas coisas e gostos comuns nos aproximam...como ter mais ou menos a sua idade, ser mãe de um adolescente e sobretudo e cada vez mais valorizar as pequenas coisas da vida ...no fundo é a esses instantes que vamos valorizando mais a Vida! Sei o que é a sensação dessa dor diária quando sentimos que alguém querido vai partindo devagar...no meu caso acompanhei , junto com o meu irmão, o processo de luta da minha mãe contra um Cancro de Pulmão...e também nós lhe demos todo o amor e paciência que uma doença destas requer...admiro-a a si e outras pessoas que se dedicam aos Cuidados Paliativos...sei o quanto é difícil é esse trabalho...mas ainda bem que existem Anjos na terra! Talvez um dia tenha a coragem de poder fazer voluntariado nessa área...neste momento ainda preciso de tempo para sarar as feridas do luto! Mas a gratidão diária é um bom exercício para estarmos em Paz com a vida e ao mesmo tempo esses instantes diários e o olhar de um filho dão-nos a força para enfrentarmos esse sofrimento ... tão solitário! <BR>Nesta altura em que a Dor anda mais presente nos seus dias ...desejo-lhe paciência e força (sei que a tem) e que melhores momentos virão! <BR>Beijinho <BR class=incorrect name="incorrect" <a>Patricia</A> Morbey <BR><BR>
De Belmira Alves Besuga a 8 de Janeiro de 2009 às 16:03
Nestes momentos não há palavras, só o sentido da dor que sentimos mesmo que nem sequer nos demos conta porque nestes momentos não sabemos de nada.
Aconteceu-me num dia de manhã cedo entre Natal e Ano Novo de há muitos anos atrás um telefonema em que me foi dito que o meu irmão, 24 anos, único rapaz e o mais novo em 7 filhos, havia morrido num acidente de viação.
Aconteceu-me num dia igualmente de manhã cedo 2 ou 3 dias antes do Natal de alguns, menos, anos atrás um telefonema em que me foi dito que o meu pai, 70 anos de vida e que me/nos fazia ainda tanta falta, havia morrido numa cama de hospital para onde havia sido levado no dia anterior.
Aconteceu-me há quase 8 anos no princípio de tarde de um dia de fim de Janeiro receber um telefonema em que me foi dito que o pai do meu filho (fiquei grávida de cerca de um mês) companheiro recente depois de um divórcio de um casamento de massacre e de uma vida sózinha por não querer acreditar... havia morrido num acidente de viação.
Nesses momentos perdemos as palavras e o sentido de dor a que só damos lugar mais tarde.
Nesses momentos enroscamo-nos dentro de nós e perdemos o sentido de tempo e de realidade. Nesses momentos... perdemo-nos.
Encontramo-nos pouco depois dentro da nossa própria consciência e deixamo-nos chorar de dentro dos sentidos.
Comigo, nesses momentos, aconteceu assim e foram seguramente os mais duros de toda a minha vida.

Desculpe, Laurinda. Alonguei-me no desabafo mas depois de me dar conta resolvi não apagar e deixar assim mesmo.

A sua amiga há-de estar a sentir-se "perdida" ou talvez já se tenha encontrado dentro dé si própria e esteja neste momento a chorar na consciência da perda. Precisa de amigos, de amor, de colo. É a única forma de aceitarmos as razões que desconhecemos para tais acontecimentos.

Um beijo para si. Outro para a sua amiga.
Belmira Alves Besuga
De padeiradealjubarrota a 8 de Janeiro de 2009 às 18:47
Muito bem analisado, o primeiro comentário. É isso e apenas isso que importa. Nem sempre o conseguimos, é pena. A vida não é fácil e os feitios diversos. Parte da felicidade está no feitio de uma pessoa.
De Mónica a 8 de Janeiro de 2009 às 23:31
um "comentário" para aquecer o ambiente com um pedaço das noites mágicas que vivi no deserto
http://www.youtube.com/watch?v=l2-DtQxLLjU

De Arlindo Andrade a 8 de Janeiro de 2009 às 23:52
Olá Laurinda!

Só para lhe dar um beijinho. Estamos consigo. Força!
Arlindo
De Zilda Cardoso a 9 de Janeiro de 2009 às 09:03
O que aconteceu, o sentimento que a tocou fez eco e todos sentimos de modo semelhante.

Tive uma amiga, uma senhora extraordinária, que há dias sofreu um acidente brutal e fatal, deixando pasmados e desolados os seus amigos e muito mais os seus filhos. marido e outros familiares. Como é possível que tenha acontecido naquelas estúpidas circunstâncias?, interrogamo-nos. A alguém que era verdadeiramente uma luz muito viva para tantos?

Se pudéssemos pensar nas circunstâncias da vida em termos de lógica como explicaríamos semelhante acontecimento?

Não sei explicar, senão pela razão de as estradas serem particularmente más em Goa e os motoristas conduzirem os carros como se elas fossem boas. A grande velocidade, arriscando em todos os momentos a própria vida e a dos outros.
Outros motivos, outros sentidos... não encontro.

Só para dizer que compreendo e que...estou aqui. Laurinda, agradeço o s/ constante estímulo, penso que a partir de Fevereiro posso voltar a escrever regularmente no blog.
De marlene a 9 de Janeiro de 2009 às 15:01
Também eu me encontro de luto...a minha amiga Odete, de quem eu há pouco tempo falei por não ter acesso a cuidados paliativos, morreu ontem! Morreu numa cama de um lar de idosos, (ela que só tinha 54 anos), porque a família não tinha condições de a manter em casa e os hospitais já não a aceitava! Nunca teve acesso a cuidados paliativos, tentei entrar em contacto com o IPO de Coimbra, conforme contacto que outra visitante da blogosfera me forneceu - sem sucesso...
Choro a morte dela com um misto de dor e de alívio (alívio para ela que já não sofre). Foi uma mulher vítima de violência doméstica durante mais de 30 anos, há 2 anos deu entrada no hospital em coma por maus tratos do marido. Superou a situação e andou de casa abrigo para casa de abrigo (fugitiva como criminosa, enquanto o agressor permanecia em casa). É nesta altura que começo a relacionar-me mais com ela, mesmo sendo quase minha vizinha desconhecia tal ambiente familiar. Como assistente social que sou tentei ajudá-la no que pude. Até que a trouxe para junto da minha avó, que precisava de alguém para fazer companhia. Ela tem 2 filhos mas que estranhamente queriam que ela voltasse para o pai. Ela resistiu sempre. Até que o diagnóstico de cancro do colo do útero chegou sem avisar... ela não fazia uma citologia há 10 anos, não ia a uma consulta de planeamento familiar há 10 anos...O que é normal numa mulher batida desinteressar-se por ela própria!
Não consigo deixar de me sentir revoltada, angustiada, não só pela história de vida dramática que teve, mas também pelo facto de durante o processo de luta contra a doença que teve, com cerca de 60 sessões de radioterapia e 30 de quimio, teve que sofrer as malditas dores que nenhum medicamento que lhe prescreveram (Tramal e pensos transdérmicos) lhes valiam. Continuo a defender a Eutanàsia, exactamente por isto que escrevi. Porque uma grande parte das pessoas não têm acesso a uma morte digna, é se posto ali ( num lar ou similar, porque também não existem cuidados continuados para todos) á espera da morte, de uma morte sofrida. É por isto Laurinda que lhe peço que como figura pública que é (e todos sabemos que isso tem o seu peso), que não desista de divulgar a necessidade de todos terem igual oportunidade em aceder a esses serviços. Porque concerteza neste país existem muitas "Odetes" que sofrem, que desesperam , e amanhã, quem sabe se não será algum familiar nosso ou mesmo nós...Peço desculpa pelo meu longo comentário...mas não deixou de ser o meu grito de dor. Obrigada

Comentar post

.pesquisar
 
.tags

. todas as tags

.posts recentes

. MUITO OBRIGADA A TODOS PE...

. CURSOS DE COMUNICAÇÃO NO ...

. Curso de Comunicação adia...

. Se tiver quorum ainda dou...

. O BENTO E A CARMO HOJE EM...

. HOJE NO PORTO: SOBREVIVER...

. MÃES QUE NÃO CHEGAM A VER...

. Esta miúda vai longe!

. Alegria!

. Ladrões e cavalheiros

.arquivos
.mais sobre mim
.subscrever feeds