Adoro as horas de estudo de piano e as rotinas diárias de
uma casa vivida onde cada coisa tem o seu lugar, cada um
tem o seu espaço e as coisas acontecem com naturalidade.
Às vezes fico calada de frente para as minhas janelas a ouvir
os sons cá dentro e os barulhos lá fora. Ou a acompanhar o
voo das gaivotas e o movimento das pessoas ao fundo, nas
ruas de degraus de pedra. Gosto da vida das cidades e de ver como
as coisas acontecem. Fascinam-me os detalhes e prendem-me os
gestos. Ouço frases que foram ditas e ficam a fazer eco como se as
ouvisse de novo. Gosto deste secreto poder da memória, quando traz
de volta alguém ou alguma coisa que apetece reviver. Nos dias mais
difíceis, como estes que agora estamos a atravessar, fico mais calada
e contemplativa. Pergunto-me os 'porquês' e 'para quês' das coisas. Não
encontro respostas evidentes mas apenas pistas, chaves de leitura que
permitem acreditar que um dia tudo ficará muito mais claro. Alguém me
ensinou a viver 'ao terceiro dia' (como nas Escrituras), dando tempo ao
tempo, esperando que certas coisas voltem a fazer sentido, acreditando
que o melhor está sempre para acontecer. Acredito nisso. E por isso não
desanimo. E volto às minhas janelas onde há sempre alguma coisa que
me reconcilia com a vida. Desta vez foi o vestido pendurado pela Mena na
corda da roupa. Dou-me conta de que é aquele vestido especial, e fico ali
a vê-lo dançar ao vento lá fora, quase ao mesmo ritmo de um Improviso de
Schubert cá dentro. Não resisto a filmar esta cena meio-felliniana. Aqui fica.
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