Alguém contou há pouco tempo que uma criança com irmãos mais velhos, em tempo de exames e provas de aferição, perguntou:
- Mãe, o que é uma prova de aflição?
Esta mesma criança, que chama tio Alumínio a um senhor chamado Hermínio, que acha que o banho de imersão é um banho de emoção e a Ponte sobre o Tejo é a ponte de São Protejo, pôs o dedo na ferida sem saber.
De facto, os seus irmãos e tantos como eles atravessam tempos extraordinariamente difíceis antes e durante os testes e provas de aferição.
O stress que os exames provocam nas crianças e adolescentes merece especial atenção dos pais e educadores porque pode revelar-se perverso e impedi-los de obter resultados positivos, justos e adequados aos seus conhecimentos.
Os especialistas em comportamento e motivação dizem que é essencial estar atento às dificuldades, exigências e ritmos de cada um para poder ajudar a distinguir o bom do mau stress.
“O bom stress é aquele que incita ao trabalho, estimula a concentração e favorece a disciplina, numa lógica de aquisição de conhecimentos e, simultaneamente, de conquista de uma auto-confiança que permita obter bons resultados. O mau stress, pelo contrário, paralisa, cria sentimentos de inferioridade e induz uma certa frustração. Potencia os chamados pensamentos parasitas (medos e inseguranças crónicas) e provoca perturbações de sono”.
Posta assim, a coisa parece razoavelmente evidente mas na realidade nem sempre é fácil distinguir os dois tipos de stress. Até porque um vem muitas vezes acompanhado do outro e é nesta alternância de estados de alma e de aflição que muitos jovens afundam e se perdem nesta altura do ano. Vale a pena estar atento, portanto.