Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008
O triste fim da Livraria Byblos

A Byblos, a maior livraria do país, fechou ontem e a notícia é triste
e inquietante. Sempre que uma empresa é obrigada a fechar as
portas e a despedir uma equipa inteira fica a angústia de saber
qual o futuro das pessoas despedidas, e a certeza de perceber
ainda com mais evidência as fragilidades em tempo de crise. É
uma pena que a Byblos tenha acabado por todas as razões mas
acima de tudo por representar o fim de um grande sonho. Alguns
poderão dizer que era um sonho desmedido mas eu sou das que
acreditam que é possível sonhar alto e, por isso mesmo, custa-me
o fim deste projecto e imagino que Américo Areal, o administrador,
e a sua equipa estejam profundamente desconsolados com o fecho.

Imagens como esta não se vão repetir no espaço da livraria Byblos
que, para mim, era um espaço único, muito bem organizado e cheio
de inovações tecnológicas que resultavam muito práticas e eficazes.
Passei muitas horas na Byblos com o meu filho, numa das secções
preferidas de partituras e música clássica, e também participei em
muitas apresentações de livros com autores, seguidas de debates
animados e alegres em que a proximidade entre escritores e leitores
era total. Gostava dessa intimidade e dessa cumplicidade entre uns
e outros e sei que a relação fácil e próxima era uma aposta da Byblos.
Tenho pena sincera que a livraria tenha fechado e deixo aqui um post
solidário com a equipa Byblos que apesar deste triste desfecho teve o
condão de realizar alguns sonhos que a todos pareciam impossíveis.
Também fiquei triste :-( principalmente porque ainda não tinha tido oportunidade de lá ir.
Eu adoro Livrarias!
Bjs
Olá Laurinda
Acompanho com prazer, o seu trabalho,há muitos anos,mas só há pouco tempo,descobri o seu blog,que passei,a visitar,diáriamente,com muito prazer,e que aumentou,a admiração que sentia,pela sua maneira de estar na vida,vivendo os problemas,dos que sofrem.
É com muita pena,que asistimos,ao encerramento,de mais um espaço de cultura,e à criação de mais desemprego,com a consequente angústia,de dezenas de famílias
O meu obrigado,pela sua dedicação e espírito solidário
De
Belmira a 21 de Novembro de 2008 às 11:26
Bom dia Laurinda
Solidária também com quem projectou esse sonho que agora se desmorona. Eu também acredito em sonhar para a frente, sonhar alto, ou mais alto. Sonhar... Nem sempre conseguimos cumprir os sonhos, saltamos de uns para outros e o sonho mantém-se dentro de nós. Isso é que é importante. Que acreditemos... Os "sonhadores" que levantaram a Bybllos saltarão para outro sonho, outro deles que inclua outras ou algumas das mesmas pessoas com quem partilharam este... Pior são aqueles que tendo feito parte deste, ficam neste momento sem sonho para ser sonhado por eles. Terão os próprios que não deverão deixar cair... para não deitarem a vida a perder.
A nossa vida de todos os dias ensina-nos a encarar estas realidades como a constatação da própria realidade e pronto.
Um beijo
Belmira
De Citro a 21 de Novembro de 2008 às 13:55
olá, boa tarde,
Na realidade é muito triste esta grande "casa de livros", e não só, encerrar portas.
No entanto causa-me alguma estranheza, este fecho tendo em conta uma notícia hoje da sic, que outras grandes livrarias estejam em expansão... como é o caso da Bertrand (desde 1732) que este ano abriu mais 4 espaços. Mas as empresas não são todas iguais e espero que surjam novas ideias e novos modelos para que, em breve, o espaço Byblos reabra e continue a fornecer qualidade aos seus clientes.
De Romina Barreto a 21 de Novembro de 2008 às 14:34
Compreendo o que está a dizer!
Tive ainda a sorte de ir até à Byblos das últimas vezes que estive em Lisboa. Também fiquei triste porque de há uns meses para cá, para mim ir a Lisboa era sinómio de passar pela Byblos e normalmente comprar um livro.
Eu adoro livrarias, onde passo muito tempo, quando lá entro torna-se difícil depois saír... e sim, fiquei triste com este defecho.
Um beijo*
Romina Barreto
De Augusto Küttner de Magalhães a 21 de Novembro de 2008 às 14:57
Neste caso além - de penso que - 30 Pessoas, terem ficado sem Ganha-Pão, é também mais uma machadada na Cultura! Talvez tivesse sido um projecto, desadequado no temporalmente!!!!, ou seja a Crise, estragou tanta "coisa" que apanhou este pelo meio.Sinais dos tempos!
De
em azul a 21 de Novembro de 2008 às 17:15
É realmente uma pena ver projectos assim caírem por terra. Como se trata de livros e gosto de histórias infantis também digo que acredito em sonhos impossíveis. Ainda bem que existe quem os torne possíveis (pena que não tenha sido "para sempre").
Um abraço
De AnaMariaOliveira a 21 de Novembro de 2008 às 18:18
Boa Tarde Laurinda Alves
Lamento o fecho da Byblos e tenho lido outros comentarios nesse sentido em outros blogs de amigos e de conhecidos que costumo ler sempre que posso.
Aqui no Fx a Livraria Almedina que é representada por alguém da minha família, tem tido uma procura considerável e pode até gabar-se de se aguentar numa época tão conturbada em termos empresariais.Mas, o empenho tb muito conta.
Este é "o nosso mundo"
Cumprimentos e bom fim de seman
AnaMaria-
De Anónimo a 21 de Novembro de 2008 às 18:34
Cara Laurinda,
a propósito de «Outras coisas que faltam nas escolas», devo dizer-lhe que isto que diz não é novo. Vem de há uns anos, quando se começou a banir a literatura dos programas do Secundário ou quando se rasurou a importância da Filosofia no mesmo nível de ensino.
De facto, o que diz é verdade, mas tem uma causa: políticas educativas erradas; formas tecnocratas de encarar o ensino; subtis modos de manter uma classe afastada do poder durante gerações.
Um abraço.
António Jacinto Pascoal (professor)
http://www.altodocordao.blogspot.com/
De Pedro Lérias a 21 de Novembro de 2008 às 21:25
Foi um sonho amador, mal executado, com falta de respeito por livreiros e editoras.
Sonhar a qualquer custo?
A Byblos teve o fim que os seus sonhadores lhe desenharam. A incompetência não deve vingar.
Não se perde grande coisa.
Ao mesmo tempo abriram duas livrarias muito mais pequenas, a Trama e Pó dos Livros, que com mérito vingam. Apoie-se quem faz por isso, não quem tem dinheiro para esbanjar e pouco respeito pelos seus colaboradores.
Na nota de despedida, o 'sonhador' agradeceu aos media e nem uma palavra de desculpa ou agradecimento à sua equipa - livreiros - e às editoras a quem ficou a dever.
Mas porquê deixar a realidade estragar as ilusões de quem também não quer saber destas coisas?
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