Sexta-feira, 12 de Setembro de 2008
Adoro esta luz de Lisboa
Adoro esta luz de Lisboa, este branco da pedra, este horizonte
líquido com navios ao fundo. Adoro a minha cidade luminosa.
Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando
E para esses, no entanto, achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares
Ou enganado, não mentir ao mentiroso
Ou sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares
E não parecer bom demais, nem pretencioso
Se és capaz de pensar sem que a isso só te atires;
De sonhar sem fazer dos sonhos teus senhores;
Se encontrando a Desgraça e o Triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que dissestes
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas
E refazê-las com o bem pouco que te reste;
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a vida
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada
resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar, seja o que for que neles ainda existe
E a persistir assim quando exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: persiste.
Se és capaz de entre a plebe não te corromperes
E entre Reis, não perder a naturalidade
E de amigos, quer bons ou maus, te defenderes;
Se a todos podes ser de alguma utilidade;
E se és capaz de dar, segundo por segundo
Ao minuto fatal todo o valor e brilho;
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo
E o que é mais- Tu serás um homem, meu filho.
Rudyard Kipling- Prémio Nobel de literatura
De isabel queiroz melo a 13 de Setembro de 2008 às 21:40
Lindo este poema !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ontem, hoje e sempre.........
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