As sessões multiplicam-se semana após semana e ultimamente temos tido vários encontros entre 'multidões'. Ontem em Lisboa estiveram cerca de 70 estudantes de arquitectura da Faculdade de Arquitectura do Porto, mais os professores e directores, que vieram à Gulbenkian numa visita de estudo e acabaram por vir todos ao Dialogue Cafe assistir à 'Lecture' que Camilo Rebelo, arquitecto co-autor do Museu do Côa, deu para uma turma de palestinianos finalistas de arquitectura na Universidade de Birzeit. A aula foi muito interessante e alongou-se porque os palestinianos não queriam ir embora e as perguntas sucediam-se. Muito bom. Antes desta sessão tivemos a abertura oficial do Dialogue Cafe em Wroclaw, com discursos de políticos e direito a cobertura jornalística. Dias marcantes e para celebrar a muitos níveis.
Sei muito pouco sobre esta senhora, mãe de vários filhos e avó de 10 netos, com quem me cruzei esta manhã depois de uma reunião para organizar um encontro do Humanity's Team em Portugal. Vinha a conversar pelo passeio quando 'tropecei' nesta cena: uma senhora mais velha toda despachada a abrir o capot do carro para verificar a mecânica com ar entendido. Perguntei-lhe se precisava de ajuda e com o mesmo ar desembaraçado agradeceu e disse que não. Achei graça à sua atitude e voltei atrás para lhe perguntar se podia repetir a cena e se a podia fotografar para o blog. Riu e disse que sim. Chama-se Ana Maria, tem idade para ser minha mãe e atravessa uma fase particularmente erosiva e dolorosa do ponto de vista da saúde, mas ninguém diria. Grande pinta!
Alexandre Farto, artista que usa Vhils como 'nome', recria as paisagens urbanas a partir de colagens e sobreposições de cartazes que envelhecem nas ruas,
expostos ao sol, à chuva e ao vento, onde ele desenha e esculpe novos lugares e depois cola uma resina transparente que deixa secar por camadas, até ela ficar muito resistente e espessa, luminosa e sedutora. Esta exposição tem o título Diorama e está na Galeria de Arte Vera Cortês, em Santos. Vale a pena ver estas e outras peças e parar nas salas onde Vhils esculpiu caras e expressões em esferovite. Fabulosas!
Aos 72 anos, Al Jarreau impressiona pela vitalidade e alegria em palco. Continua a ter aquela sua extraordinaria sonoridade musical e a imitar vários instrumentos com a sua própria voz. Depois de vários internamentos por problemas cardíacos e respiratórios, voltou aos palcos e às digressões. É incrível esta sua atitude de superação e a força que revela.
Tanto ou mais do que a sua voz e a sua força interior, marcam-nos a sua alegria e a sua ternura. Canta a sorrir e ri por tudo e por nada. Oferece sucessivamente o palco aos seus músicos para poder fazer as suas pausas, mas também para os deixar brilhar. E brilham mesmo. No fim Al Jarreau ficou muito próximo do público e deixou-se abraçar, tocar e fotografar com os seus fãs. Quando as luzes do palco se apagaram ele desceu e ficou no meio de um círculo de admiradores, com quem conversou animadamente. Impressionante, mesmo. O concerto foi muito bom e todos dançámos e cantámos alguns dos seus hits. Era impossível não o acompanhar.
Às vezes somos o que somos
Às vezes somos quem fomos
Mas às vezes tantas vezes
Fomos
Aquilo que nunca somos
Somos e fomos por um dia
E às vezes por fantasia
Se perturba tanto, ser ...
Querendo ser o que somos
E aquilo que nunca fomos
Fomos tudo
Somos nada
Fomos aquilo que somos
E às vezes e quantas vezes
Tantas vezes a dizer
Nunca sabemos quem fomos
E nunca soubemos ser
in Poemas com Sabor a Sol a Sal e A-mar, Isabel R. Monteiro, Edições Esgotadas
Deixo aqui um fragmento de um poema de Isabel R.Monteiro, do seu livro Mãe Sem Fronteiras, para falar do lançamento do novo livro de poesia amanhã, pelas 18h, no Museu da Música (estação de Metro Alto dos Moinhos). Gosto muito da simplicidade, emoção e depuração da escrita de Isabel R. Monteiro e a universalidade da sua poesia diz-me muito. Embora não a conheça pessoalmente, gostava de não faltar a este lançamento. O Mário Zambujal vai apresentar o novo livro, que tem um título sugestivo: Poemas com sabor a sol, a sal, A-mar.
Michael Wolff, Designer inglês com 50 anos de experiência e mundialmente reconhecido pela sua criatividade e sentido de humor, mas também pelas mil e uma marcas que criou para pequenas e grandes empresas e iniciativas em todas as áreas (foi ele o autor da imagem dos Paralímpicos 2012, para dar apenas um exemplo recente, actual), esteve hoje sentado à mesa do Dialogue Café. Ele em Londres, nós em Lisboa. Ao meu lado Julia Cassim, uma mulher absolutamente fabulosa que aposta no Design Inclusivo e percorre o mundo a fazer workshops e a provocar especialistas nas áreas do Design, Arquitectura, Artes, Educação, Medicina e Inclusão Social para desafios de co-criação de novas peças, objectos e ferramentas desenhados para todos e não apenas para alguns. Julia Cassim veio do Japão para um 24h Challenge em Lisboa, promovido pelo British Council, e Michael Wolff acabou de chegar de Moscovo.
Graças ao sistema de TelePresença da Cisco usado no Dialogue Cafe e à ideia visionária do Diogo Vasconcelos, podemos sentar à 'mesma mesa', na 'mesma sala' pessoas em vários países e diferentes continentes. Esta tarde a conversa envolveu quatro salas de Dialogue Cafe: Lisboa (fomos nós os anfitriões), Londres, Amsterdão e Cleveland. Julia falou de peças de design que habitualmente não classificamos como tal. Falo de pernas artificiais, próteses, olhos mecânicos, aparelhos para surdos, etc, etc. Tudo isto e muito mais é a substância do Design Inclusivo.
A conversa durou cerca de uma hora e meia e durante este tempo houve sempre assistência na sala. É fabuloso conhecer pessoalmente gente inspiradora que muda o mundo e transforma o nosso olhar. Que nos interpela e abre novas perspectivas. Foi o que aconteceu esta tarde. A boa notícia é que o Dialogue Cafe é uma ferramenta poderosa que pode ser usada por pessoas, organizações e instituições da sociedade civil. Quem estiver interessado em saber mais, contacte-me através do blog, do facebook ou na Fundação Calouste Gulbenkian, onde estou todas as tardes.
Já disse e repito que o DC é um projecto apaixonante e é um privilégio sem tamanho poder ter um papel, poder estar envolvida. Sou a manager-curator-gatekeeper de Lisboa, o que quer dizer que a minha função é gerir, programar e facilitar a realização de sessões de Dialogue Cafe em que pessoas de várias áreas e de países diferentes trocam ideias e partilham experiências. É de conversas como estas que nasce muita luz e é destas pontes, destes links e conexões que saem excelentes projectos e novas parcerias. O Dialogue Cafe é um projecto onde cabem muitos outros projectos e é fascinante ver como todas e cada uma das pessoas que fazem esta experiência saem da sala com uma espécie de urgência interior para agir, seja para replicar as ideias que acabam de ouvir, seja para criar novos projectos.
Graças a este Dialogue Cafe desta tarde a Julia Cassim e a equipa do DC de Amsterdão vão tentar organizar um 24h Challenge naquela cidade. Grande pinta! O Diogo Vasconcelos gostaria muito de saber isto e teria adorado estar presente nesta sessão, tenho a certeza. Que bom podermos dar continuidade às suas ideias visionárias, à sua narrativa do futuro...
Termino agradecendo à Lígia Lopes, à Filipa Pias e às directoras do British Council o apoio na organização deste DC. Foi mesmo muito bom. Felizmente a partir de Setembro teremos uma programação diária. Até lá aceito sugestões, desafios e pedidos. O DC não tem custos associados e é interessante ver como de uma parceria feliz entre as Nações Unidas/Aliança das Civilizações - Cisco - Gulbenkian nasceu um novo produto social, uma nova ferramenta com tanto poder transformador e tanto impacto no mundo à nossa volta.
Kiko e Maria Martins, chef e jornalista, são o casal que viajou durante um ano pelo mundo através das cozinhas. Eat The World foi um projecto que criaram depois de terem vivido um ano em África, num projecto missionário ao serviço dos Leigos para o Desenvolvimento. Romualdo Salcedo, professor catedrático inventou um sistema de ciclones industriais altamente ecológicos que captam as partículas mais finas das poeiras poluentes que existem na atmosfera. O Kiko, a Maria e o Romualdo fecharam esta primeira série de programas Feitos em Portugal, amanhã na RTP 2. Terminamos em grande, portanto. Já estou com saudades de entrevistar portugueses com talento, ideias e iniciativas...
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