Sexta-feira, 8 de Julho de 2011
Querido Diogo

 

 

É difícil aceitar a perda dos amigos. É duro, muito duro. Morreu o Diogo Vasconcelos, de uma morte quase súbita, não anunciada, que nos deixa a todos com uma dor acrescentada pela brutalidade e pelo aparente sem-sentido. O Diogo faz-me falta também a mim, pois era um pilar de confiança e um bom amigo com quem conversava e trocava mails com regularidade. Devo-lhe a ele este blog, pois foi ele que me convenceu a criá-lo. Mas devo-lhe muito mais do que isso, na medida em que ele transformava todas as realidades e pessoas que tocava. Era o homem do mundo digital, sempre com a narrativa do futuro, a correr mundo e a antecipar tendências. Uma mente brilhante que fazia ligações prováveis e improváveis, um visionário que apontava caminhos. Um amigo terno e atento, sempre com o cuidado de se fazer próximo e presente apesar de ser, como todos sabemos, um globe trotter. O mundo fica infinitamente mais triste e sombrio sem a presença luminosa do Diogo. E da Zézinha.

 

 

 

publicado por Laurinda Alves às 13:00
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Quinta-feira, 9 de Junho de 2011
Recomeçar

Continuo no hospital à cabeceira do meu filho, que melhora em cada dia, numa evolução lenta, demorada, chata e não desprovida de dor, mas a melhorar e a recuperar e essa é a boa notícia! Não me levem a mal não contar mais nada e acreditem que isto é o essencial. A reserva faz parte da nossa intimidade familiar e conhecem-me o suficiente para saberem que sou capaz de partilhar, mas incapaz de me expôr ou de devassar quem quer que seja, a começar pelos que me são mais queridos. Agradeço-vos a todos e a cada um esse respeito, essa amizade e todas as manifestações de apoio, que me enchem de forças. Hoje o António Brazão, que não conheço pessoalmente mas pertence ao círculo alargado de amigos, conhecidos e desconhecidos que visitam este blog, mandou-me (ofereceu-me!) este poema maravilhoso do Carlos Drummond de Andrade. Muito obrigada, António. Não imagina como lhe agradeço e como veio mesmo a propósito.

 

RECOMEÇAR

 

Não importa onde você parou ...
Em que momento da vida você cansou ...
O que importa é que sempre é possível e necessário recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo ...
É renovar as esperanças na vida e, o mais importante ...
É acreditar em você de novo.

Sofreu muito neste período ?
Foi aprendizado ... Chorou muito ?
Foi limpeza da alma ...
Ficou com raiva das pessoas ?
Foi para perdoá-las um dia ...

Sentiu-se só por diversas vezes ?
É porque fechaste a porta até para os anjos ...
Acreditou que tudo que estava perdido ?
Era o início de tua melhora ...

Onde você quer chegar ?
Ir alto ? Sonhe alto ... Queira o melhor do melhor ...
Se pensamos pequeno ... Coisas pequenas teremos ...
Mas se desejamos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor ...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo.
E não do tamanho da minha altura."

publicado por Laurinda Alves às 13:15
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Quinta-feira, 12 de Agosto de 2010
Night Shift (em vez de strangers in the night)

 

 

publicado por Laurinda Alves às 12:43
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Sexta-feira, 23 de Abril de 2010
Sex Pistols, tamanho infantil

 

À chegada a Lisboa, mesmo antes de apanharmos o táxi para casa, pedi ao André Cruz, o realizador da série que estamos a gravar, para me mostrar o vestidinho que comprou para a filha de 2 anos em Barcelona. Tinha-me dito que era um vestido dos Sex Pistols e estava curiosa. Não estava à espera que fosse de folhos e achei divertido ele ter-lhe comprado este vestido. A Matilde vai ficar linda numa versão Sex Pistols! Que amor, este pai e esta filha. 

 

publicado por Laurinda Alves às 18:25
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Terça-feira, 20 de Abril de 2010
Laços de ternura

 

Adoro manifestações de afecto e gestos de ternura. Não resisto à mímica do amor, seja entre pais e filhos, avós e netos, homens e mulheres, casados e namorados. Apaixonam-me os apaixonados nas cidades e comovem-me as pessoas que se abraçam porque se gostam. 

 

 

Esta miúda estava com os pais no restaurante onde entrámos e era impossível não reparar na sua alegria e na cumplicidade desta família. Saíram antes de nós, ela aos saltos, os pais de mãos dadas entre conversas e risos.

 

 

Achei graça à decoração da montra do restaurante e dei comigo a reparar no coração encarnado de papier maché pendurado numa corda. Fez-me sentido vê-lo ali, naquele contexto.

publicado por Laurinda Alves às 00:24
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Quarta-feira, 7 de Abril de 2010
E este é o sushi do dia

 

Sushi de gomas doces e coloridas para a sobremesa. Eis o segundo presente que recebi hoje. Que maravilha! O sushi e as flores mas, acima de tudo, os amigos. Vivam os gestos queridos e as surpresas dos dias.

publicado por Laurinda Alves às 21:28
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Domingo, 4 de Abril de 2010
O primeiro dia de praia deste ano

 

Passei o fim de tarde do dia de Páscoa na praia e já tinha saudades de sol e calor. O Inverno custou a passar e agora, que estou entre viagens, ainda me sabe melhor esta luz e este mar.

 

 

Percebo os portugueses que vivem e trabalham fora do país quando os entrevisto e me dizem todos, sem excepção, que morrem de saudades do mar e do sol. Eu própria, que moro cá, não consigo passar sem eles.

 

 

Este dia maravilhoso acabou num jantar muito especial, numa longa e profunda conversa com o meu filho, com quem tenho estado menos nestes últimos tempos. Embora ele seja muito independente e esteja muito focado nos seus estudos e interesses, este tempo com tempo sabe-nos sempre muito bem. 

 

publicado por Laurinda Alves às 22:48
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Hoje, dia de Páscoa, também celebro uma data especial

 

Dia 4 do 4. Esta data ficou para sempre marcada na minha vida porque foi a 4 de Abril que comecei a trabalhar na RTP. Tinha 18 anos, estava na Universidade, em Comunicação Social, e no Verão anterior tinha respondido por graça a um anúncio que saiu no Expresso. Concorri com mais 2.000 pessoas porque naquela altura trabalhar em televisão, e numa empresa como a RTP, era a aspiração de muitos. Fui seleccionada, fiz várias provas e fui passando em todos os testes. Fiquei em 3º lugar e fui chamada para a entrevista final. No dia da entrevista ainda só tinha 17 anos e lembro-me de ter ficado intimidada com um júri solene de 5 pessoas que me faziam perguntas de toda a natureza mas, acima de tudo, de cultura geral. No fim, o presidente do júri declarou: "Muito bem, gostamos muito de si e está muito bem classificada, mas não a podemos admitir nesta empresa porque ainda só tem 17 anos." Tive um dos maiores sobressaltos da minha vida porque todo o processo de admissão tinha sido muito exigente e eu sabia que me tinha corrido tudo bem e nem sequer me tinham falado da idade, apesar de estar expressa nos meus documentos de candidatura. O silêncio que se seguiu a esta declaração do júri foi, para mim, uma eternidade mas deve ter sido apenas uma fracção de segundo pois ele retomou a palavra e disse:" Mas nós queremos muito admiti-la e, por isso, vamos esperar que faça 18 anos!". E esperaram. E eu, que faço anos a 1 de Dezembro, também esperei pelo dia 4 de Abril do ano seguinte. E foi assim que comecei a trabalhar a 4.04.80 Ou seja há 30 anos! Hoje, dia de Páscoa, celebro com a minha família uma data especial.

 

 

Só depois de ter feito um estágio de dois anos no Telejornal é que obtive a carteira profissional. Guardo esta minha carteira velhinha e gostava de nunca a perder porque ela me lembra um tempo absolutamente inaugural e marcante na minha vida. Também guardo a memória dos que acreditaram em mim e esperaram por mim, e confesso que a atitude daquele júri determinou toda a minha atitude profissional. Quando criei a XIS, por exemplo, escolhi pessoas que nunca tinham escrito ou não eram jornalistas sequer, mas deram provas de que eram capazes. E foram. Ou seja, nunca me arrependi de acreditar nos outros e de esperar por eles. Esta carteira já não está actualizada e não só a fotografia já tem 30 anos, como eu ainda não tinha adoptado como nome profissional Laurinda Alves. Uso o apelido da minha mãe por ser uma conjugação mais fácil para dizer em directo, nas reportagens do Telejornal, do que o meu primeiro e último nomes. Laurinda Fernandes eram duas palavras que me faziam 'tropeçar' e como eu era muito, muito tímida, resolvi começar por encontrar a combinação mais fácil do meu nome e apelido. Se hoje deixo aqui esta longa partilha é porque realmente esta data e estes trinta anos me marcam extraordinariamente e me enchem de alegria e gratidão. Era impossível não falar disto, hoje. Uma Páscoa feliz para todos! A minha é duplamente celebrada...  

publicado por Laurinda Alves às 11:09
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Sexta-feira, 26 de Março de 2010
O novo livro de Pedro Rosa Mendes

 

Hoje o nosso dia em Paris é dedicado ao Pedro Rosa Mendes, escritor e jornalista, representante da Agência Lusa nesta cidade. É fascinante conhecer a paisagem interior dos escritores e observar o seu mundo. Pedro tem entre os livros pousados na pedra de uma lareira uma fotografia do lendário filme Tarzan e não resistimos a perguntar porquê e a ver outros objectos pessoais.

 

 

O clima que se gera durante as gravações das entrevistas e nas filmagens é sempre extraordinariamente alegre, descontraído e cúmplice e sei que tudo isso vai transparecer no conteúdo final dos programas. O único embaraço quando entrevistamos pessoas como o Pedro Rosa Mendes e todos os outros que entrevistámos até hoje é escolher depois as imagens e cortar, cortar, cortar... Não vai ser fácil.

 

 

Deixo aqui em primeira mão (que luxo!) as provas do novo livro de Pedro Rosa Mendes. Tem um título poderoso, corajoso e irresistível: Peregrinação de Enmanuel Jhesus. Para quem, como eu, é apaixonada pela Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, este título mexe e apetece começar imediatamente a ler o livro.

 

 

A chegada das provas de um livro são sempre uma emoção para um escritor. Estas estão praticamente revistas e o livro vai estar nas livrarias portuguesas já a 12 de Maio. Que bom.

 

publicado por Laurinda Alves às 13:29
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Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 2010
Como terra sagrada

 

Alguém me disse que devíamos olhar para todos os acontecimentos da nossa vida (os bons e os maus, note-se) como se fosse "terra sagrada". Percebo o alcance da frase e deixo-a aqui pelo prazer da partilha. Esta semana está a chegar ao fim e na próxima começa o meu countdown para a sucessão de viagens. Que maravilha e que privilégio! Começamos por Londres, onde estaremos a filmar entre os dias 28 de Fevereiro e 11 de Março. Ou seja, este blog vai ficar mais colorido e mais cosmopolita. Para já, não se esqueçam de olhar para tudo o que acontece ou aconteceu como se olha para terreno sagrado :) 

publicado por Laurinda Alves às 01:45
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