EMOÇÕES FORTES HOJE AO FIM DA TARDE, NO PORTO. Bento Amaral lança o seu livro autobiográfico no Espaço Belo Horizonte, na Avenida Brasil, 498, às 18:30. Vamos estar juntos a celebrar este acontecimento marcante e confesso que me comove o countdown para este momento...
E pediu-me para fazer o prefácio, coisa que muito me comove e enche de orgulho. Somos amigos há cerca de 10 anos e, por isso, já conheci o Bento na sua cadeira de rodas. Impressionou-me desde o primeiro minuto a sua serenidade, inteligência e alegria. Foi uma 'quicksonic friendship' e desde então temos partilhado muitos e muito bons momentos. Seja de férias ou em visitas de trabalho ao Porto; rodeado de família ou amigos; para provas de vinhos e chocolates (geniais, estas provas que o Bento faz, acompanhadas de um menu gourmet que ele próprio concebe e cozinha por interposta pessoa, quase sempre a Clô, sua irmã) ou simplesmente para estarmos à conversa à mesa ou na sala, todas as horas e dias passados com o Bento são um tempo bem vivido. O Bento é, entre muitas outras coisas, Chefe de Câmara dos Provadores de Vinho do IDVP, foi campeão do mundo de vela adaptada e bateu o recorde do mundo em velocidade na neve. Tudo isto e muito mais depois de ter ficado tetraplégico ao fazer uma carreirinha no mar quando tinha 25 anos. Este livro era mesmo preciso e estava a fazer falta a muita gente. Falo por mim, que já o li de uma ponta à outra, mas também de muitas pessoas a quem o testemunho de superação diária do Bento vai ajudar a atravessar muitas crises. O livro vai sair em breve, mas dou notícias. Nas fotos de baixo, tiradas em Serralves há dois Verões, estão o Bento e a Carmo, sua mulher e também minha amiga, eu e o João Melo Gouveia, a Susana (cunhada, de t-shirt branca) e a Clô. A Carmo, a Susana e a Clô também são uma grande inspiração para todos nós que as conhecemos e acompanhamos. Grande pinta, esta família e a atitude com que vivem toda a adversidade diária.
Às vezes somos o que somos
Às vezes somos quem fomos
Mas às vezes tantas vezes
Fomos
Aquilo que nunca somos
Somos e fomos por um dia
E às vezes por fantasia
Se perturba tanto, ser ...
Querendo ser o que somos
E aquilo que nunca fomos
Fomos tudo
Somos nada
Fomos aquilo que somos
E às vezes e quantas vezes
Tantas vezes a dizer
Nunca sabemos quem fomos
E nunca soubemos ser
in Poemas com Sabor a Sol a Sal e A-mar, Isabel R. Monteiro, Edições Esgotadas
Deixo aqui um fragmento de um poema de Isabel R.Monteiro, do seu livro Mãe Sem Fronteiras, para falar do lançamento do novo livro de poesia amanhã, pelas 18h, no Museu da Música (estação de Metro Alto dos Moinhos). Gosto muito da simplicidade, emoção e depuração da escrita de Isabel R. Monteiro e a universalidade da sua poesia diz-me muito. Embora não a conheça pessoalmente, gostava de não faltar a este lançamento. O Mário Zambujal vai apresentar o novo livro, que tem um título sugestivo: Poemas com sabor a sol, a sal, A-mar.
Impressionante a quantidade de gente que se juntou ontem à volta do Mia Couto, apesar da chuva e do frio, para o ouvir falar do seu novo livro, para conversar com ele e ter mais um autógrafo. Comecei a ler o livro e já estou adiantada, mas já em fase de poupar páginas. Acontece-me sempre que leio um livro muito bom. Começo a demorar, para a leitura durar mais tempo. É uma espécie de batota que todos os leitores fazem com os seus autores preferidos. Com o Brodsky foi sempre assim: os livros pousados antes de chegar ao fim, para esticar o tempo e ter a ilusão de perpetuar a narrativa. A Confissão da Leoa é, como disse José Eduardo Agualusa, um livro inaugural, um livro radical, uma nova maneira de o Mia contar uma história. Desta vez ele parte de uma narrativa duríssima, de uma realidade brutal mas que parece irreal: em 4 meses 26 pessoas de uma povoação moçambicana foram devoradas por leões e é sobre este acontecimento que o autor recria uma história, um livro trespassado de dor e humanidade, mas também de surpresa e mistério. Não vale a pena escrever muito mais, porque tudo o que eu possa dizer fica aquém, muito aquém, e nem sequer faz justiça ao livro nem ao autor. Se puderem, leiam, é muito bom.
"Um acontecimento real - as sucessivas mortes de pessoas provocadas por ataques de leões numa remota região do norte de Moçambique - é pretexto para Mia Couto escrever um supreendente romance. Não tanto sobre leões e caçadas, mas sobre homens e mulheres vivendo em condições extremas. Como afirma um dos personagens, 'aqui não há polícia, não há governo, e mesmo Deus só há às vezes"
Apresentei na Bertrand do Chiado este novo livro de Renato Paiva, director da Clínica da Educação e autor de livros pedagógico-práticos que levam longe nestes árduos caminhos que pais e filhos, professores e alunos percorrem ao longo dos anos lectivos. Ensinar a estudar é uma matéria sensível, e quem tem filhos ou alunos sabe-o bem. Renato Paiva parte dos seus conhecimentos científicos e pedagógicos, mas também da sua já longa experiência no acompanhamento de pais e filhos, para escrever uma espécie de manual que resulta muito prático por ter sido escrito de forma simples e acessível, e deixar muitas ideias-chave para pensar. Espero sinceramente que este livro tenha sucesso a vários níveis, e que seja também um contributo efectivo para diminuir o insucesso escolar. A Esfera dos Livros apostou no Renato Paiva, e o resultado é um livro que recomendo a todos os que estiverem em fase de estudos e acompanhamento de alunos. Sejam pais, avós, tios, professores ou amigos.
Não resisto a publicar esta fotografia no blog, depois de ter pedido autorização aos pais do B, porque não resisto ao ar sonhador nem à beleza deste miúdo. É ainda mais bonito do que está na fotografia e é o filho do meio de dois amigos muito queridos. A hora de dormir, depois do caos dos banhos e jantares, é sempre um momento de intimidade para pais e filhos. Tenho saudades desses tempos, confesso. O tempo é uma vertigem e se bem que todas as idades tenham o seu fascínio, os primeiros anos de um filho são inesquecíveis. Há um par de dias, quando publiquei um post sobre ler e escrever, disse aqui que voltava ao tema para deixar um fragmento de um dos meus livros de cabeceira, que me faz rir e me comove sempre que o leio ou releio (e é sempre como se fosse a primeira vez, é impressionante). Falo d'O Velho Que Lia Romances de Amor, de Luís Sepúlveda, que tive o prazer e o privilégio de conhecer em casa, e com quem passámos um serão memorável. Aqui fica, com a imagem infinitamente terna do B e os meus votos mais que sinceros de um bom fim de semana!
(...) António José Bolivar sabia ler, mas não escrever.
O mais que conseguia era garatujar o nome quando tinha de assinar qualquer papel oficial, por exemlo, na época das eleições, mas, como tais acontecimentos ocorriam muito esporadicamente, já quase se tinha esquecido.
Lia lentamente, juntando as sílabas, murmurando-as a meia voz como se as saboreasse, e, quando tinha a palavra inteira dominada, repetia-a de uma só vez. Depois fazia o mesmo com a frase completa, e dessa maneira se apropriava dos sentimentos e ideias plasmados nas páginas.
Quando havia uma passagem que lhe agradava especialmente, repetia-a muitas vezes, todas as que achasse necessárias para descobrir como a linguagem humana também podia ser bela.
Lia com o auxílio de uma lupa, o segundo dos seus pertences mais queridos. O primeiro era a dentadura postiça.
Vivia numa choça feita de canas de uns dez metros quadrados dentro dos quais arrumava o seu escasso mobiliário: a rede de dormir de juta, o caixote de cerveja com o fogão a querosene em cima, e uma mesa alta, muito alta, porque quando sentiu pela primeira vez dores nas costas, percebeu que os anos lhe estavam a carregar e decidiu sentar-se o menos possível.
Construiu então a mesa de pernas compridas, que lhe servia para comer de pé e para ler os seus romances de amor (...)
Começo pela grande notícia do dia, para mim e para toda a equipa da Take It Easy com quem trabalhei nos últimos seis meses: já temos data de emissão para o programa Feitos em Portugal. A série estreia no dia 17 de Março, na RTP 2, e vai passar sempre aos sábados, às 19:30. Estou muito contente e gosto particularmente do dia e da hora, pois os fins-de-semana são os melhores dias de audiências da RTP2 e o horário não podia ser melhor, porque permite ver a seguir o Telejornal, seja em que canal for, e liberta as pessoas para os seus programas de sábado à noite, dentro ou fora de casa. Grande pinta. Estou radiante. Ainda por cima hoje em dia os programas ficam online imediatamente a seguir à emissão, e isso permite a cada um gerir a sua vida e as suas prioridades sem perder as séries e programas de TV. Apesar desta nova alegria de hoje, não posso deixar de voltar a ontem, para referir o momento do lançamento do livro Entre Gerações, e agradecer mais uma vez à Fundaçao Calouste Gulbenkian o desafio e a confiança que depositaram em mim para acompanhar estes 7 projectos intergeracionais. Também agradeço ao Mário Crespo a excepção que ele abriu na sua vida para apresentar um livro e, acima de tudo, a forma como o fez. Muito interessante o seu olhar sobre esta matéria, e muito actuais todos os pontos que sublinhou, com imensa liberdade e verdade. Põs o dedo em muitas feridas e falou de um livro que também é um livro político, um manifesto social, e as suas palavras ficaram a fazer eco em nós. E agradeço, muito comovida e de coração muito grato, ainda a transbordar de emoção, a presença de todas e cada uma das pessoas que encheram dois auditórios. Grande pinta, insisto! Obrigada a todos e parabéns à Isabel Pinto, fotógrafa, às equipas dos projectos, aos designers gráficos e, em especial, à equipa coordenadora do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano. Rui Vilar, o presidente do Conselho de Adminsitração da Fundação, foi muito eloquente e muito incisivo na sua apresentação, e a presença de Artur Santos Silva, o seu sucessor, bem como do Ministro Pedro Mota Soares, da Drª Isabel Mota e da Engenheira Luisa Valle encheram-nos a todos de confiança e de certezas em relação ao valor humano, político, social e cívico deste tipo de iniciativas. Mesmo correndo o risco de me repetir, todos nunca seremos demais para nos juntarmos por boas causas!
. O BENTO E A CARMO HOJE EM...
. HOJE NO PORTO: SOBREVIVER...
. BOAS NOTÍCIAS: O BENTO AM...
. Poema do novo livro de Is...
. Livro de poemas com sabor...
. A Confissão da Leoa, mais...
. Solidariedade entre geraç...
. Ensinar os filhos a estud...
. Só boas notícias: FEITOS ...