Quinta-feira, 9 de Maio de 2013
Ladrões e cavalheiros

 

THE THIEVES: HISTÓRIAS DE LADRÕES DENTRO E FORA DO CINEMA. Uso esta imagem do filme The Thieves para contar uma história real e muito recente que se passou com uma pessoa que me é muito próxima e muito querida: uma senhora de 77 anos que só pode sair à rua de bengala foi assaltada à porta de casa por um rapaz de vinte e tal anos que a seguiu no passeio e lhe tocou docemente no ombro como se fosse um amigo. Naturalmente a senhora virou-se para falar a quem a abordava com aquela familiaridade, mas ele atacou-a para lhe roubar a carteira. Como a senhora tentou defender-se esgrimindo a bengala (e acertando-lhe com uma ou outra bengalada), o rapaz tornou-se agressivo e empurrou-a com força deixando-a estendida no chão, bastante maltratada, fugindo pela rua abaixo com a carteira. Na altura iam a passar por ali várias pessoas e enquanto 3 raparigas cuidaram imediatamente da senhora, dois homens correram atrás do ladrão até o cercarem e apanharem. Passados poucos minutos ligaram ao marido da senhora a dizer que tinham recuperado tudo e vinham entregar os bens roubados. Como era preciso chamar uma ambulância, o marido pediu à filha mais velha que descesse para resgatar a carteira e os cartões, e eis senão quando à porta da rua ela se depara com os bons e o mau da fita. Eles não só tinham corrido atrás do rapaz, como o tinham obrigado a vir devolver, ele próprio, o que acabara de roubar. Impressionante, como ainda há pessoas que arriscam a pele para cuidar dos mais desvalidos e destas vítimas acidentais. A senhora é a minha mãe e o seu marido é o meu pai. Eu sou a filha mais velha que desceu e se viu confrontada com a cena insólita. Há momentos em que a realidade ultrapassa a ficção, e se agora escrevo tudo isto é para voltar a agradecer a estes dois homens portugueses em particular (as 3 raparigas eram estrangeiras e jamais lerão as minhas linhas) e para sublinhar que por cem anos que viva não esquecerei a nobreza dos seus gestos e intenções. Muito obrigada. Passados 15 dias, a minha mãe ainda só anda de muletas, mas vai melhorando em cada dia que passa.

publicado por Laurinda Alves às 20:50
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Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013
ALGUMAS DAS MELHORES ALUNAS DO PAÍS

 

Dar um curso intensivo de Comunicação a uma classe de 20 alunas, entre as quais as que ficaram em primeiro lugar no ranking das melhores alunas do país no ano passado, foi um privilégio sem tamanho. Falo da ex turma do 9º ano e actual 10º do Colégio Horizonte, onde tirei esta fotografia ao entardecer. Sinto que aprendo sempre tanto ou mais do que aquilo que ensino aos meus alunos, independentemente das suas idades, gerações, áreas de especialidade ou profissões (dou aulas em universidades e escolas, e faço formação em empresas) e como tenho uma paixão enorme pelas matérias de Comunicação, Relações Humanas e Desenvolvimento Pessoal, saio de cada formação a transbordar de gratidão. Pela confiança com que cada aluno/a aceita expor as suas fragilidades para que possamos identificar e corrigir os erros mais comuns, mas também pela alegria e animação partilhada em que decorrem sempre as aulas e formações. Confesso que também saio destes cursos como se tivesse levado uma 'tareia' (salvo seja!) porque me exigem uma atenção milimétrica e permanente a cada aluno, mas gosto tanto, tanto de dar estes cursos e vejo tantos resultados mesmo em formações intensivas, que a alegria compensa amplamente o cansaço físico e mental. Estas miúdas eram extraordinárias: inteligentes, rápidas a processar a informação, excelentes na argumentação e cheias de vontade de aprender e melhorar. Como se conhecem as árvores pelos frutos, deixo aqui os meus parabéns aos pais e aos professores do colégio. Grande pinta!

publicado por Laurinda Alves às 19:13
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Domingo, 20 de Janeiro de 2013
O melhor presente que podemos ter é... o presente!


Não percam! Mesmo que já tenham visto, vale a pena ver e voltar a ver. Eu vou vendo esta e outras TED talks repetidamente. Inspiram-me para a vida!
publicado por Laurinda Alves às 20:51
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Terça-feira, 15 de Janeiro de 2013
A felicidade é sempre um 'dano' colateral

 

Alguém disse isto e acredito profundamente que sim. Somos felizes sem querer, por nada (ou por tudo!) e quando menos esperamos, 'simplesmente' porque nos descentramos de nós e também somos capazes de viver apostados na felicidade dos outros. Quando queremos muito a nossa felicidade e pensamos exclusivamente nela (ou estamos à espera de ser felizes porque 'merecemos') ela não acontece da mesma maneira.

publicado por Laurinda Alves às 00:37
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Sábado, 5 de Janeiro de 2013
Se não fosse Inverno, se não houvesse crise, se ...

 

Aprendemos as regras gramaticais nas aulas de Português, mas não apreendemos todo o alcance do que aprendemos. Ficamos a saber, por exemplo, que o 'se' é uma conjunção subordinada condicional e o 'ou' é uma conjunção coordenada disjuntiva, mas isto diz muito pouco ou nada sobre o sentido de duas palavrinhas que tanto nos atrapalham a vida. Passamos o tempo a usar o 'se' e sem nos darmos conta atrasamos muitas vezes o passo por causa deste mesmo 'se'. Vejamos: sempre que estamos perante algo que não está nas nossas mãos mudar e pensamos ou dizemos qualquer coisa como "se vivesse aqui ou ali... se esta pessoa fosse assim ou assado, se fizesse isto ou aquilo... se tivesse o que mereço, se me dessem o que quero, se ganhasse mais, se a vida fosse diferente, se fosse mais novo, se fosse mais alto, se o meu chefe fosse melhor, se, se, se..." estamos a colocar-nos num plano distante, inatingível, fora da nossa capacidade de decisão, e, por isso mesmo, a alimentar expectativas irrealistas. Sempre que adiamos uma decisão ou deixamos de fazer alguma coisa verdadeiramente importante por causa de um destes 'se' que nos paralisam ou deixam em loops em circuito fechado, estamos a perder tempo e pior, a deixar que outros decidam por nós. Acredito que a existência é one shot e nos cabe ser o actor principal da nossa vida. Não me passa pela cabeça ser um actor secundário e, muito menos, um figurante no filme da minha vida e, nesta lógica, tento estar atenta às armadilhas dos 'se' e dos 'ou', para não desperdiçar demasiado tempo nem energia com impossíveis. É que o 'ou' também pode revelar-se uma ratoeira na medida em que nos desfoca do essencial. Habituámo-nos a pensar que as pessoas são 'isto ou aquilo', mas na verdade todos podemos ser 'isto e aquilo'. Podemos ser fracos e fortes, podemos pensar uma coisa e depois outra, sem que isso nos divida ou faça de nós pessoas menores. Muito pelo contrário! Nestas matérias acredito que mais do que a gramática, importa a matemática dos sentidos na lógica da multiplicação dos talentos e das capacidades. Muito complicado? Talvez não...

P.S.: A boa notícia relativamente a estas e outras palavras que condicionam a nossa vida tem a ver com a possibilidade de pormos os meios para atingirmos os fins. Quando podemos mudar alguma coisa em nós ou na realidade à nossa volta, os 'se' deixam de ser obstáculos e convertem-se em metas!

publicado por Laurinda Alves às 22:44
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Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2013
O ânimo e o desânimo

 

Num ano que se anuncia particularmente difícil e exigente, cabe-nos estar atentos ao que se passa em nós e à nossa volta. Ajudar os que andam mais frágeis e desanimados é um imperativo moral, mas importa percebermos também o que nos anima e desanima para estarmos vigilantes aos nossos movimentos interiores. Comecei há quase 4 meses os EEVQ (Exercícios Espirituais da Vida Quotidiana) que duram 9 meses e são a versão alargada dos EE (Exercícios Espirituais) de uma semana de silêncio orientado, que faço todos os anos, há cerca de 20 anos. Estes Exercícios da Vida Quotidiana também são inspirados na espiritualidade inaciana e requerem um tempo diário de leituras, meditação e oração. Demorei alguns anos a apanhar balanço para dar este passo, mas agora confesso que este tempo de silêncio diário, orientado por leituras e pontos de meditação que nos são dados pelos nossos orientadores espirituais, me ajuda incrivelmente a fortalecer o espírito e a manter o ânimo, apesar das dificuldades que também atravessam a minha vida. Ninguém está imune e todos atravessamos tempos adversos. De uma maneira ou de outra todos somos tocados por esta sucessão de crises e todos estamos interpelados pelo sofrimento que elas provocam. Nesta lógica, e porque me ajuda imenso seguir a orientação inaciana destes EEVQ, deixo aqui alguns pontos de interrogação (ou de oração, para os crentes) que podem ajudar no tempo inaugural deste ano novinho em folha: a que pensamentos interiores tenho que dizer vigorosamente que não, para não deixar instalar o desânimo? E que tempo tenho para descansar, sabendo que muitas tristezas também entram pelos cansaços? E, ainda, que decisão ou atitude está na hora de mudar para recuperar o ânimo?

 

publicado por Laurinda Alves às 21:01
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Domingo, 30 de Dezembro de 2012
Balanço de 2012 e propósitos para 2013

 

Os útimos dias de cada ano são ideais para parar e fazer alguns balanços do passado recente. Gosto deste tempo e gosto deste olhar demorado sobre a realidade de um ano inteiro. Acabei a agenda de 2012 com umas linhas positivas. Fiz de propósito. Ou melhor, fiz esse propósito de tentar tirar sempre alguma coisa construtiva de tudo o que acontece, seja fácil ou difícil. Viktor E. Frankl, o médico psiquiatra austríaco que sobreviveu a 4 campos de concentração nazis, viveu até aos 92 anos e publicou dezenas de livros, é o autor de um dos grandes livros da nossa era. Falo d'O Homem em Busca de um Sentido, lido por milhões e milhões de pessoas em todo o mundo, onde Frankl escreve sobre a importância de termos objectivos e encontrarmos um sentido para a vida. Viktor Frankl sublinha a "capacidade humana de transformar criativamente os aspectos negativos da vida em algo positivo" e através da narrativa da sua experiência pessoal em Auschwitz garante que "o que importa é conseguir o melhor de qualquer situação". Este livro fascinante e sempre actual ajuda-nos incrivelmente a relativizar muitos dos nossos sofrimentos e perplexidades. Deixo aqui mais uma citação com enorme gratidão ao amigo que me fez voltar a este livro nesta fase.

 

"A prioridade cabe à criatividade para mudar a situação causadora do nosso sofrimento. Mas a superioridade vai para o saber como sofrer, se não tivermos como evitá-lo. Existem provas empíricas de que - literalmente - o homem comum partilha dessa opinião. Estudos de opinião pública na Áustria revelaram que as pessoas mais estimadas pela maioria dos inquiridos não são nem os grandes artistas, nem os grandes cientistas, nem os grandes estadistas, nem mesmo as grandes figuras do desporto, mas sim aqueles que conseguiram superar um destino difícil de cabeça erguida".

in O HOMEM EM BUSCA DE UM SENTIDO, VIKTOR E. FRANKL, EIDTORA LUA DE PAPEL - LEYA

publicado por Laurinda Alves às 21:45
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Sábado, 1 de Setembro de 2012
Momentos únicos e pessoas inspiradoras...

Sei muito pouco sobre esta senhora, mãe de vários filhos e avó de 10 netos, com quem me cruzei esta manhã depois de uma reunião para organizar um encontro do Humanity's Team em Portugal. Vinha a conversar pelo passeio quando 'tropecei' nesta cena: uma senhora mais velha toda despachada a abrir o capot do carro para verificar a mecânica com ar entendido. Perguntei-lhe se precisava de ajuda e com o mesmo ar desembaraçado agradeceu e disse que não. Achei graça à sua atitude e voltei atrás para lhe perguntar se podia repetir a cena e se a podia fotografar para o blog. Riu e disse que sim. Chama-se Ana Maria, tem idade para ser minha mãe e atravessa uma fase particularmente erosiva e dolorosa do ponto de vista da saúde, mas ninguém diria. Grande pinta!

publicado por Laurinda Alves às 23:08
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Segunda-feira, 16 de Julho de 2012
Copa de Verano

Estive fora no fim-de-semana, sem rede no telemóvel nem computador, mas agora que voltei deixo aqui duas imagens da praia onde a equipa portuguesa Jones Lang LaSalle, uma das melhores empresas de imobiliário do mundo, implantada em 70 países, fez o seu jantar de Verão na sexta-feira, depois de um dia inteiro de avaliações sobre a evolução da JLL Portugal. Não deixo as imagens do jantar e do serão animado que se seguiu porque não sou de devassar a privacidade de ninguém e, muito menos, de uma equipa de cerca de 60 pessoas, mas não posso deixar de sublinhar a alegria, a cumplicidade e a abertura de espírito de todos os elementos desta empresa que luta com as mesmas dificuldades com que luta a esmagadora maioria das empresas numa época de 'mercado parado'. Fiz uma acção de formação em Comunicação a toda a equipa Jones Lang LaSalle durante seis semanas e fiquei a conhecer bem as pessoas que se empenham diariamente em atravessar a crise dando novas respostas aos novos desafios. Depois de ter atravessado Portugal de Norte a Sul para gravar a série de programas Feitos em Portugal, e após uma sucessão de anos a entrevistar portugueses que constroem a marca de Portugal dentro e fora do país, confesso a minha admiração por mais estas dezenas de pessoas que não desistem e trabalham com criatividade e garra, tentando transformar os problemas em oportunidades. Como alguém dizia, quando tudo à nossa volta é motivo para desanimar e descrer, o grande milagre é continuarmos a acreditar e a lutar.  

 

publicado por Laurinda Alves às 00:09
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Terça-feira, 3 de Julho de 2012
Ecran-dependentes

Esta casa e estes amigos só me trazem boas recordações, mas hoje uso esta fotografia para sublinhar uma tendência moderna: somos todos ecran-dependentes. Seja o ecran do computador, do telemóvel, da televisão, dos iPads, iPods e afins, sejam as nintendos ou a parafernália de gadgets de video-jogos, na realidade passamos horas a fio presos ao ecran. Abstractos no mundo real, suspensos de um mundo virtual. Digo isto sem julgamento nem a tentação de nos qualificar, mas apenas como enunciado de factos que dão que pensar por revelarem uma nova maneira de estarmos em família, com amigos, entre pares, enfim na vida!

 

publicado por Laurinda Alves às 00:16
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