Domingo, 20 de Junho de 2010
Amigas desde ontem

 

 

Esta miúda tem 60 anos mas não parece ter chegado sequer aos 40, é impressionante. Chama-se Tarsília e conheci-a ontem em Santarém numa tarde de conversa à roda dos livros organizada pela Biblioteca Municipal. Ficámos instantaneamente amigas (sempre que esta empatia imediata acontece lembro-me de uma expressão que aprendi no INSEAD com os amigos que lá fiz: "quicksonic friendship"). Ontem eu era a autora convidada e a Tarsília estava entre a assistência. Foi uma tarde muito bem passada e embora eu estivesse dividida entre um almoço de uma grande família, em Salvaterra, e este encontro em Santarém, acabei por conseguir conciliar os dois acontecimentos. Tal como eu, a Tarsília tem vivido a realidade de ter um nome pouco habitual que lhe pesou em certas alturas da vida (falo da adolescência de forma especial, porque é uma altura em que ninguém quer ter um nome diferente). Gostei imenso da conversa que tivemos depois do encontro na Biblioteca e da ajuda que me deu a carregar um saco de livros pela calçada acima. Espero que não se importe que eu fale da idade, mas foi ela que começou esta conversa e se agora sublinho o facto é por ter uma aparência (e uma figura!) muito jovem mas, acima de tudo, revelar uma alegria e uma atitude de verdadeira adolescente. A sério! A idade é realmente um estado de espírito e hoje sei que interiormente ninguém envelhece para lá dos 30 anos. Ou melhor, o coração nunca ultrapassa esta idade. Aos 60, aos 70, aos 80 ou 90 todos temos os mesmos sentimentos e a mesma maneira de amar que tínhamos aos 30 e é aí que permanecemos, felizmente. Se repararmos com atenção, percebemos que são muito raros os que envelhecem no coração e são muito poucos os que têm a mesma idade interior e exterior. Melhor assim! 

 

 

P.S.: Quem tirou esta fotografia com a minha máquina foi a Maria de Lurdes Torrinha, outra amiga que fiz ontem em Santarém. Depois tirámos uma com as três mas não ficou nada boa (estamos todas péssimas) e por isso não a publico. Obrigada e desculpa, Lurdes!

publicado por Laurinda Alves às 18:34
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De Romina Barreto a 20 de Junho de 2010 às 21:55
A Laurinda é o máximo, é o que eu tenho a dizer!!

É bem verdade, a idade é mesmo só um estado de espírito, um estado de alma e ninguém diria que a Tarsília tem a idade que tem, idade física porque julgo que a idade psicológica (interior) é bem menos. Também eu Laurinda vivo com esse peso de me chamar Romina, não imagina e às vezes é uma chatice porque também não há aquela possibilidade de as pessoas se enganarem porque já sabem que a Romina sou só eu, não conhecem mais nenhuma.

É mesmo bom e admirável que a Tarsília mantenha essa alegria e juventude porque realmente o espírito teen é o melhor de todos. Beijos (às duas) :D

De Laurinda Alves a 20 de Junho de 2010 às 22:45
Querida Ró, percebo bem a coisa dos nomes... Em todo o caso hoje em dia adoro o meu nome e apesar de só me ter reconciliado com ele há pouco mais de dez anos, vivo radiante com o facto de ter herdado o nome da minha muito querida avó. Ah! E também gosto de ser sempre a única Laurinda que as pessoas conhecem... Espero que a minha mãe me perdoe todos os anos que passei a massacrá-la por me ter posto este nome. Sei que perdoa, porque já mo disse várias vezes. Talvez seja eu que não me perdoo pelo facto de a ter desgostado insistentemente com esta história do meu nome. Ou seja, por não ter tido a sensibilidade de perceber que ao dar-me o nome da sua mãe adorada estava a dar-me a melhor herança que eu podia receber à nascença. Abraço enorme!
De Tarsília a 21 de Junho de 2010 às 00:09
Ai a história dos nomes... Eu sou Tarsília pelo simples facto de ter nascido no dia 28 de Abril e, nesse ano, o Almanaque do meu pai "rezava"- dia de S. Paulo de Tarso. Foi uma boa sugestão para que o meu pai me pusesse um nome derivado de Tarso. Não o queria vulgar porque acho que a minha mãe sugeriu Paula ou Maria de S. Paulo, mas seria muito banal e tive de carregar o nome durante muitos anos, mas e agora é a minha marca. Em Moçambique só éramos duas em 10 milhões, mas a outra era com c e não s. Hoje sei que há muitas mais, filhas de antigos colegas meus. É engraçado porque, como diz a Romina, quando falam já sei que é comigo ou de mim. A coincidência é que nasci no mesmo dia de Salazar e de Sadam. Nos anos 50 tinha direito a um "cartuchinho" (como se dizia há 50 anos) de confeitos muito doces porque fazia anos no mesmo dia do Senhor Presidente do Conselho. Era assim que os professores diziam quando em cada 28 de Abril me entregavam os rebuçados." Olha que vieram de Lisboa"- acrescentavam. Acreditei até aos 9 anos, depois o meu pai fez-me desacreditar sem explicar o porquê. Mas comi bons docinhos durante 4 anos. Coisas da colonização e da obrigação e dever de amar os símbolos da Nação, que hoje fazem parte dos contos para os meus netos."A vida não se escreve à lápis e é bem verdade". Nada se apaga tudo serve para nos enriquecer.
De Laurinda Alves a 21 de Junho de 2010 às 11:25
Querida Tarsília, muito bom este diálogo (a três vozes!) a propósito dos nomes e das intenções e referências que eles carregam. Também eu agradeço à minha mãe e á minha avó Laurinda este nome que passou a ser uma marca. A minha marca, quero dizer. :) Que gira a história da origem do teu nome e esse impulso de não te dar um nome mais banal, e ainda essa coincidência cósmica (cómica, também?!) do dia de anos e dos rebuçados que supostamente chegavam de Lisboa. A vida é cheia de surpresas, voltas e mistérios... Ainda bem que te juntaste a este grupo alargado que se encontra neste canto de casa. Mais um abraço!
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